Acórdão nº RHC 22362 / RO de T6 - SEXTA TURMA
Data | 22 Março 2011 |
Número do processo | RHC 22362 / RO |
Órgão | Sexta Turma (Superior Tribunal de Justiça do Brasil) |
RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 22.362 - RO (2007⁄0265042-0)
RELATOR | : | MINISTRO HAROLDO RODRIGUES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ⁄CE) |
RECORRENTE | : | V DA S |
ADVOGADO | : | JOSÉ DE OLIVEIRA HERINGER E OUTRO(S) |
RECORRIDO | : | TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE RONDÔNIA |
EMENTA
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL. ESTUPRO. VIOLÊNCIA REAL. AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. SÚMULA 608⁄STF. RETRATAÇÃO DA VÍTIMA. IRRELEVÂNCIA. RECURSO DESPROVIDO.
-
É pacífico o entendimento desta Corte no sentido de que, em caso de estupro ou atentado violento ao pudor praticados mediante violência real, como na hipótese dos autos - de acordo com o afirmado pelas instâncias ordinárias, inclusive com o respaldo do laudo de corpo de delito - a ação penal cabível é a pública incondicionada, a teor do Enunciado nº 608 da súmula do Supremo Tribunal Federal, não havendo que se cogitar de ilegitimidade na atuação do Ministério Público.
-
Recurso Ordinário em Habeas Corpus desprovido.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.
A Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura e os Srs. Ministros Og Fernandes e Celso Limongi (Desembargador convocado do TJ⁄SP) votaram com o Sr. Ministro Relator.
Presidiu o julgamento a Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura.
Brasília (DF), 22 de março de 2011 (data do julgamento).
MINISTRO HAROLDO RODRIGUES
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ⁄CE)
Relator
RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 22.362 - RO (2007⁄0265042-0)
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO HAROLDO RODRIGUES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ⁄CE): Trata-se de recurso ordinário em habeas corpus interposto por V. da S., denunciado pela prática de estupro, desafiando acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça de Rondônia, assim ementado:
"Habeas Corpus. Estupro. Violência Real. Retratação da vítima. Irrelevância. Denúncia. Constrangimento ilegal. Inocorrência.
Não há que se falar em ilegitimidade para a propositura da ação pelo Ministério Público, mesmo com a retratação da vítima, no caso de crimes de estupro praticado mediante violência real, visto que a ação penal é pública incondicionada." (fl. 62)
Busca-se o trancamento da ação penal, sustentando a ilegitimidade do Ministério Público para a propositura da ação, levando em conta que a vítima se retratara antes do oferecimento da denúncia.
Instada a manifestar-se (fls. 102⁄104), a douta Subprocuradoria-Geral da República opinou pelo não provimento do recurso.
A...
Para continuar a ler
PEÇA SUA AVALIAÇÃO