Acórdão nº AgRg no AREsp 913 / DF de T2 - SEGUNDA TURMA
Número do processo | AgRg no AREsp 913 / DF |
Data | 02 Agosto 2011 |
Órgão | Segunda Turma (Superior Tribunal de Justiça do Brasil) |
AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 913 - DF (2011⁄0033493-6)
RELATOR | : | MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES |
AGRAVANTE | : | F.J.D.M. |
ADVOGADO | : | VALÉRIO ALVARENGA MONTEIRO DE CASTRO E OUTRO(S) |
AGRAVADO | : | DISTRITO FEDERAL |
PROCURADOR | : | T.F.T.L. E OUTRO(S) |
EMENTA
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ACÓRDÃO RECORRIDO QUE ASSENTA A INEXISTÊNCIA DE ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA POR NÃO TER SIDO COMPROVADO SER O RECORRENTE PORTADOR DE CARDIOPATIA GRAVE. RECURSO ESPECIAL INADMISSÍVEL ANTE A INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7⁄STJ.
-
De acordo com o art. 6º, XIV, da Lei n. 7.713⁄88, ficam isentos do imposto de renda os proventos de aposentadoria ou reforma percebidos pelos portadores de cardiopatia grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma. Nos termos, ainda, do art. 30 da Lei n. 9.250⁄95, a partir de 1º de janeiro de 1996, para efeito do reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XIV e XXI do art. 6º da Lei n. 7.713⁄88, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
-
No caso concreto, conforme consignado pelo Tribunal de origem, o laudo elaborado pela Junta Médica Oficial da Polícia Civil do Distrito Federal concluiu que o autor⁄periciando foi submetido a implante de marca-passo definitivo, encontra-se assintomático, inclusive sem uso de medicamentos, o que lhe retira a caracterização de portador de cardiopatia grave. Consta do acórdão recorrido, ainda, que não há nos autos comprovação de que o autor é portador de cardiopatia grave; ao contrário, o único laudo médico colacionado pelas partes concluiu que o autor, "de acordo com os critérios estabelecidos pela Sociedade Brasileira de Cardiopatia, enquadra-se na Classe I, não sendo caracterizado como portador de cardiopatia grave". E depois de ressaltar que, em conformidade com o Manual de Perícia Médica mencionado pelo próprio autor, a cardiopatia é considerada grave apenas para os casos especificados nas Classes II, III e IV, o Tribunal de origem arrematou: "Assim, considerando que o conjunto fático-probatório carreado para os autos concluiu que o autor⁄apelante não é portador de cardiopatia de natureza grave, impõe-se a manutenção da r. sentença recorrida." Dessa forma, não cabe a esta Corte infirmar a conclusão adotada na origem, eis que para tanto seria necessária a análise do contexto fático-probatório dos autos, procedimento que não se coaduna com a natureza do recurso especial, nos termos da Súmula 7⁄STJ.
-
Agravo regimental não provido.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos esses autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEGUNDA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, o seguinte resultado de julgamento:
"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro-Relator, sem destaque."
Os Srs. Ministros Cesar Asfor Rocha, Castro Meira, H.M. e Herman Benjamin (Presidente) votaram com o Sr. Ministro Relator.
Brasília (DF), 02 de agosto de 2011.
MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES , Relator
AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 913 - DF (2011⁄0033493-6)
RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES AGRAVANTE : F.J.D.M. ADVOGADO : VALÉRIO ALVARENGA MONTEIRO DE CASTRO E OUTRO(S) AGRAVADO : DISTRITO FEDERAL PROCURADOR : T.F.T.L. E OUTRO(S) RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES (Relator): Trata-se de agravo regimental contra decisão através da qual, por considerar inadmissível o recurso especial, acabei por negar provimento ao agravo nos termos da seguinte ementa:
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO CONTRA DECISÃO DENEGATÓRIA DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSO ESPECIAL. ACÓRDÃO RECORRIDO QUE ASSENTA A INEXISTÊNCIA DE ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA POR NÃO TER SIDO COMPROVADO SER O RECORRENTE PORTADOR DE CARDIOPATIA GRAVE. RECURSO ESPECIAL INADMISSÍVEL ANTE A INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7⁄STJ.
No agravo regimental, o autor da ação reitera os argumentos contidos no agravo em recurso especial, no sentido de que não se aplica ao caso a Súmula 7⁄STJ, e de que os documentos dos autos demonstram ser ele portador de cardiopatia grave, tanto que foi submetido a uma intervenção cirúrgica para implante de marcapasso, sendo incabível, por isso, qualquer interpretação no sentido de que a cardiopatia da qual é portador não seria classificada como grave.
Afirma, ainda, que o art. 6º, XIV, da Lei n. 7.713⁄88 não restringe o direito à isenção do imposto de renda somente para os aposentados portadores de cardiopatia classificada nas Classes II, III ou IV. Em outras palavras, diz que o dispositivo legal em questão pressupõe, para fins de isenção, que o aposentado seja portador de cardiopatia grave, independentemente da classificação funcional do coração nas Classes I, II, III ou IV.
É o relatório.
AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 913 - DF (2011⁄0033493-6)
EMENTA
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ACÓRDÃO RECORRIDO QUE ASSENTA A INEXISTÊNCIA DE ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA POR NÃO TER SIDO COMPROVADO SER O RECORRENTE PORTADOR DE CARDIOPATIA GRAVE. RECURSO ESPECIAL...
Para continuar a ler
PEÇA SUA AVALIAÇÃO