Acórdão nº AgRg no AREsp 1549 / MG de T4 - QUARTA TURMA

Data20 Setembro 2011
Número do processoAgRg no AREsp 1549 / MG
ÓrgãoQuarta Turma (Superior Tribunal de Justiça do Brasil)

AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.549 - MG (2011⁄0033588-2)

RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO
AGRAVANTE : J.A.I.L.L.
ADVOGADO : ÁLVARO ANTÔNIO DA COSTA JÚNIOR E OUTRO(S)
AGRAVADO : F.G.R.A. - ESPÓLIO E OUTROS
REPR. POR : N.A.A. - INVENTARIANTE
ADVOGADO : N.G.M. E OUTRO(S)

EMENTA

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CAUTELAR. ALEGAÇÃO. CERCEAMENTO DE DEFESA. FALTA DO DEPOIMENTO PESSOAL DO RÉU. LIVRE CONVENCIMENTO DO JULGADOR. SÚMULA 7⁄STJ.

Para se inverter o julgado que concluiu pela inexistência de cerceamento de defesa e pela desnecessidade do depoimento pessoal dos réus, seria necessário o reexame do conjunto probatório dos autos, o que não se coaduna com a via eleita, por força da Súmula 7⁄STJ.

Recurso a que se nega provimento.

ACÓRDÃO

A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Raul Araújo, M.I.G., A.C.F. e Marco Buzzi votaram com o Sr. Ministro Relator.

Brasília (DF), 20 de setembro de 2011(Data do Julgamento)

MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO

Relator

AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.549 - MG (2011⁄0033588-2)

AGRAVANTE : J.A.I.L.L.
ADVOGADO : ÁLVARO ANTÔNIO DA COSTA JÚNIOR E OUTRO(S)
AGRAVADO : F.G.R.A. - ESPÓLIO E OUTROS
REPR. POR : N.A.A. - INVENTARIANTE
ADVOGADO : NEWTON GERALDO MACHADO E OUTRO(S)

RELATÓRIO

O SR. MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO:

  1. Cuida-se de agravo regimental interposto por J.A.I.L.L. em face da decisão de fl. 217, na qual este relator negou provimento ao agravo em recurso especial, com base nos seguintes fundamentos:

  2. Não configura o cerceamento de defesa o julgamento da causa sem a produção de prova testemunhal. Hão de ser levados em consideração o princípio da livre admissibilidade da prova e do livre convencimento do juiz, que, nos termos do art. 130 do Código de Processo Civil, permitem ao julgador determinar as provas que entende necessárias à instrução do processo, bem como o indeferimento daquelas que considerar inúteis ou protelatórias.

    Ademais, rever os fundamentos que levaram a tal conclusão, demandaria o exame do conjunto probatório, o que é vedado na instância especial, segundo dispõe a Súmula 7⁄STJ.

  3. Na via especial não cabe a análise de afronta a dispositivo constitucional, ainda que com intuito de prequestionamento. Nesse sentido os seguintes precedentes: EDcl no REsp 680.385⁄RS, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, DJ 20.03.2006, REsp 1043700⁄TO, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, DJe 05.09.2008; AgRg no REsp 977.900⁄PR, Rel. Ministra LAURITA VAZ, , DJe 08.09.2008.

    A agravante sustenta, em suma, que não incide a Súmula 7⁄STJ. Cita precedente, no qual se decidiu que configura cerceamento de defesa quando a parte pugna pela produção de prova e o pedido é julgado improcedente por falta de comprovação dos fatos alegados. Diz que não alegou violação a norma constitucional, apenas suscitou a tese de que o poder de instrução do juiz não pode prevalecer sobre o direito constitucional de ampla defesa.

    Pede a reconsideração ou a reforma da decisão.

    É o relatório.

    AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.549 - MG (2011⁄0033588-2)

    RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO
    AGRAVANTE : J.A.I.L.L.
    ADVOGADO : ÁLVARO ANTÔNIO DA COSTA JÚNIOR E OUTRO(S)
    AGRAVADO : F.G.R.A. - ESPÓLIO E OUTROS
    REPR. POR : N.A.A. - INVENTARIANTE
    ADVOGADO : N.G.M. E OUTRO(S)

    EMENTA

    AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CAUTELAR. ALEGAÇÃO. CERCEAMENTO DE DEFESA. FALTA DO DEPOIMENTO PESSOAL DO RÉU. LIVRE CONVENCIMENTO DO JULGADOR. SÚMULA 7⁄STJ.

    Para se inverter o julgado que concluiu pela inexistência de cerceamento de defesa e pela desnecessidade do depoimento pessoal dos réus, seria necessário o reexame do conjunto probatório dos autos, o que não se coaduna com a via eleita, por força da Súmula 7⁄STJ.

    Recurso a que se nega provimento.

    VOTO

    O SR. MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO(Relator):

  4. A irresignação não merece prosperar.

    O Tribunal de origem afastou a alegação de nulidade de sentença por cerceamento de defesa.

    Colhe-se do acórdão recorrido os seguintes trechos:

    A autora ajuizou ação cautelar objetivando impedir que expedido o formal de partilha, estarão os herdeiros adquirindo a propriedade do seu respectivo quinhão e poderão, assim, não cumprir o contrato de urbanização da fazenda pactuado.

    Inicialmente, cumpre salientar que a medida requerida imprime natureza estritamente conservativa, a fim de se evitar extravio ou dissipação de bem.

    [...]

    A fase instrutória, segundo a sistemática processual moderna, encontra-se condicionada não só à possibilidade jurídica da prova, bem como ao interesse e relevância de sua produção, cumprindo ao julgador indeferir as que se demonstrem inúteis à espécie, visto que a lei outorga-lhe competência discricionária para selecionar as que foram requeridas pelas partes, com indeferimento das que se apresentem desnecessárias, impróprias ou até mesmo meramente protelatórias, a teor do que dispõe o artigo 130, do Código de Processo Civil.

    [...]

    No caso dos autos, tratando-se de cautelar, não se vislumbra, para maior fidelidade possível da atividade cognitiva, a necessidade de prova...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT