Acórdão nº 1.0024.08.964360-5/001 de TJMG. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, 13 de Junio de 2013

Magistrado ResponsávelMatheus Chaves Jardim
Data da Resolução13 de Junio de 2013
Tipo de RecursoApelação Criminal

APELAÇÃO CRIMINAL. LEI MARIA DA PENHA. MEDIDAS PROTETIVAS. REVOGAÇÃO. FUNGIBILIDADE. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE DO AGENTE RECONHECIDA. DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO. CAUTELARIDADE DO PROCEDIMENTO. PRECEDENTES DE LAVRA DESTE SODALÍCIO.

I - Existente forte divergência doutrinária e jurisprudencial acerca do recurso cabível nas hipóteses de indeferimento das medidas protetivas de urgência e, ausente má-fé do órgão ministerial, aplica-se à espécie o princípio da fungibilidade recursal.

II - Declarada a extinção da punibilidade do agente, ex vi do disposto no art. 107, IV, do CP, por decisão transitada em julgado, tem-se por acertado o provimento jurisdicional a revogar as medidas protetivas e a determinar o arquivamento do incidente, patenteada em doutrina e na jurisprudência a cautelaridade do procedimento sub Studio.

APELAÇÃO CRIMINAL Nº 1.0024.08.964360-5/001 - COMARCA DE BELO HORIZONTE - APELANTE(S): MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS - APELADO(A)(S): JOSÉ ALVES SANTOS - VÍTIMA: E.G.A.

A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda, em Turma, a 2ª CÂMARA CRIMINAL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, à unanimidade, em negar provimento ao recurso.

DES. MATHEUS CHAVES JARDIM

RELATOR.

DES. MATHEUS CHAVES JARDIM (RELATOR)

V O T O

Trata-se de recurso de apelação interposto pelo MP, no qual se insurge contra a decisão de fls. 52, a revogar as medidas protetivas deferidas em favor de Érica Garíglio Alves, em se considerando a extinção da punibilidade do recorrido José Alves Santos reconhecida nos autos principais.

Tece o MP extensa digressão acerca das medidas protetivas introduzidas pela Lei 11.340/06, determinando o Texto Legal sua autuação em procedimento apartado, lavrando na jurisprudência, todavia, diferentes orientações acerca da natureza jurídica da decisão a deferir a providência, a começar pelo recurso adequado a ser proposto quanto ao decisório.

Interpretação a equiparar as medidas protetivas às ações cautelares, vinculando-as ao inquérito ou à ação penal, importariam em desproteção à vítima, sendo efetuada análise da matéria sob a ótica do direito comparado, concluindo o MP, enfim, pela diferenciação técnica entre aludidos procedimentos, estando a prever a Lei 11.340/06 expediente autônomo de natureza protetiva mista, cuja tramitação independe da propositura de respectivo processo penal.

Postula o Parquet, ao final, a reforma da decisão em apreço, ainda que extinta a punibilidade do agente...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT