Acórdão nº 1.0024.08.175288-3/001 de TJMG. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, 13 de Junio de 2013

Magistrado ResponsávelMatheus Chaves Jardim
Data da Resolução13 de Junio de 2013
Tipo de RecursoApelação Criminal

APELAÇÃO CRIMINAL. LEI MARIA DA PENHA. MEDIDAS PROTETIVAS. REVOGAÇÃO. FUNGIBILIDADE. VÍTIMA NÃO ENCONTRADA PARA INFORMAR O ENDEREÇO DO AGRESSOR. TRANSCURSO DE CONSIDERÁVEL LAPSO TEMPORAL. CAUTELARIDADE DO PROCEDIMENTO. PRECEDENTES DE LAVRA DESTE SODALÍCIO.

I - Existente forte divergência doutrinária e jurisprudencial acerca do recurso cabível nas hipóteses de indeferimento das medidas protetivas de urgência e, ausente má-fé do órgão ministerial, aplica-se à espécie o princípio da fungibilidade recursal.

II - Não sendo a vítima localizada, após inúmeras diligências, para apontar o endereço do agressor e, transcorrido lapso temporal superior a 2 anos entre a data dos fatos e a decisão revogatória, tem-se por acertado o provimento jurisdicional a revogar as medidas protetivas e a determinar a extinção do processo, patenteada em doutrina e na jurisprudência a cautelaridade do procedimento sub Studio.

APELAÇÃO CRIMINAL Nº 1.0024.08.175288-3/001 - COMARCA DE BELO HORIZONTE - APELANTE(S): MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS - APELADO(A)(S): JOÃO HÉLCIO DA SILVA - VÍTIMA: SHEILA CRISTINA DOS SANTOS

A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda, em Turma, a 2ª CÂMARA CRIMINAL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, à unanimidade, em negar provimento ao recurso.

DES. MATHEUS CHAVES JARDIM

RELATOR.

DES. MATHEUS CHAVES JARDIM (RELATOR)

V O T O

Trata-se de recurso de apelação interposto pelo MP, no qual se insurge contra a decisão de fls. 64, a revogar as medidas protetivas deferidas em favor de Sheila Cristina dos Santos e extinguir a cautelar promovida em face de João Hélcio da Silva, havendo a vítima manifestado desinteresse tácito em prosseguir com o feito, transcorrido considerável lapso temporal entre a data dos fatos e a decisão atacada.

Consoante fundamentação desenvolvida em recurso, não incumbe à vítima o dever processual de atualizar o seu endereço nos autos, havendo manifestado expresso interesse em representar contra o ofensor e de ser resguardada pelas medidas protetivas, não havendo advogado constituído a zelar por seus interesses.

Ressalta haver o Magistrado quedado inerte diante da pretensão ministerial de fls. 63 para realização de contato telefônico com a vítima, impondo-se o provimento do apelo para cassar o decisum, restaurando as medidas protetivas anteriormente fixadas.

O recurso fora regularmente contrarrazoado às fls. 94/95.

Parecer da Procuradoria de Justiça pelo provimento do...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT