Acórdão nº 1.0024.11.039378-2/001 de TJMG. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, 20 de Junio de 2013

Magistrado ResponsávelFernando Caldeira Brant
Data da Resolução20 de Junio de 2013
Tipo de RecursoAp Cível/reex Necessário

EMENTA: ADMINISTRATIVO - APELAÇÃO CÍVEL/REEXAME NECESSÁRIO - AÇÃO ORDINÁRIA - FHEMIG - SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL - CARREIRA REFORMULADA -ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - BASE DE CÁLCULO - NECESSIDADE DE ADEQUAÇÃO - DIFERENÇAS DEVIDAS.

As Leis Estaduais 15.463/05 e 15.785/05 não acarretaram a modificação da base de cálculo do adicional de insalubridade, que deve ser pago de acordo com a Lei 10.745/92, que o instituiu.

V.V EMENTA: REEXAME NECESSÁRIO - APELAÇÃO CÍVEL - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - FHEMIG - INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA Nº 1.0024.09.648678-2/003 - INAPLICÁVEL - QUESTIONAMENTO RESTRITO AO VALOR DO SÍMBOLO NQP IV - PRINCÍPIO DA CONGRUÊNCIA - LIMITES DA LIDE - PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO - DISCUSSÃO QUE NÃO FEZ PARTE DA AÇÃO ORDINÁRIA - VEDAÇÃO.

- A parte autora, ao trazer ao juízo a causa de pedir e pedido, traça os limites de sua pretensão, aos quais está adstrito o julgador em razão do princípio da correção ou congruência, até porque o pedido corresponde ao que se extrai da interpretação lógico-sistemática das afirmações postas na inicial.

- O princípio da congruência privilegia os princípios da ampla defesa e do contraditório, uma vez que é de fundamental razão a limitação do objeto da lide como forma de permitir a manifestação da parte contrária da forma mais ampla possível.

- Estando a demanda restrita à discussão do valor equivalente ao símbolo NQP IV, inaplicável a conclusão do Órgão Especial deste Eg. Tribunal, no Incidente de Uniformização de Jurisprudência nº 1.0024.09.648678-2/003, a respeito do parâmetro utilizado para cálculo do adicional de insalubridade.

- Se a prova dos autos demonstra que o cálculo do adicional de insalubridade não observa o valor do símbolo NQP IV constante no Decreto nº 36.923/05, existe razão para se adequar o pagamento da parte autora.

- O adicional de insalubridade, quando percebido de forma habitual, produz reflexos sobre todas as parcelas que são pagas com base na remuneração integral, tais como férias acrescidas do terço constitucional e décimo terceiro salário.

AP CÍVEL/REEX NECESSÁRIO Nº 1.0024.11.039378-2/001 - COMARCA DE BELO HORIZONTE - REMETENTE: JD 2 V FAZ COMARCA BELO HORIZONTE - APELANTE(S): FHEMIG FUNDAÇÃO HOSPITALAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS - APTE(S) ADESIV: RISELI MOREIRA DA SILVA E OUTRO(A)(S), ERCÍLIA CARVALHO CONDE NETO, MARIA DA PIEDADE NUNES, WANDERLEA LUCIANA DA SILVA ANDRETTO, ELISABETH MARIA BIANCHETTI - APELADO(A)(S): WANDERLEA LUCIANA DA SILVA ANDRETTO, RISELI MOREIRA DA SILVA E OUTRO(A)(S), ERCÍLIA CARVALHO CONDE NETO, MARIA DA PIEDADE NUNES, ELISABETH MARIA BIANCHETTI, FHEMIG FUNDAÇÃO HOSPITALAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS

A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda, em Turma, a 5ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, por maioria, em REEXAME NECESSÁRIO, MANTER A SENTENÇA. PREJUDICADO OS RECURSOS VOLUNTÁRIO E ADESIVO.

DES. FERNANDO CALDEIRA BRANT

RELATOR.

DES. FERNANDO CALDEIRA BRANT (RELATOR)

V O T O

Trata-se de apelação contra a r. sentença de f. 66/72, proferida pela MM. Juíza de Direito Lilian Maciel Santos da 2ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias desta Capital, nos autos da ação ordinária ajuizada por RISELI MOREIRA DA SILVA e OUTROS em face de FHEMIG - FUNDAÇÃO HOSPITALAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS.

A sentença julgou parcialmente procedente os pedidos iniciais, para condenar a ré a proceder a atualização da base de calculo do adicional de insalubridade devido às autoras, tendo em vista o valor atribuído ao símbolo NQP IV, definido pelo Decreto Estadual 36.923/95. Condenou ainda ao pagamento das diferenças daquela atualização sobre as parcelas vencidas desde 09.02.2006, respeitada a prescrição quinquenal, com incidência de juros e correção monetária nos termos do art. 1º-F da Lei 9.494/97.

Fixou os honorários advocatícios em R$500,00 a ser pagos pela parte ré, isenta de custas processuais.

A Fundação ré interpôs recurso, apresentando as razões de sua apelação às f. 74/81. Insurge-se contra a sentença afirmando que não é devido nenhum reajuste, visto que a Lei 10.745/92 estabeleceu de forma clara e precisa como deve ser pago o adicional de insalubridade. Defende que a base de calculo devida é o valor constante do símbolo QP-15, que hoje corresponde ao símbolo NIV a VI.

Em valores reais, argumenta que deve ser utilizado como base de cálculo para o pagamento do adicional pleiteado a quantia de R$108,74, conforme decreto 36.015/94. Quanto a condenação ao pagamento de reflexos em todas as parcelas vencidas, argumenta que o adicional de insalubridade não possui natureza de verba remuneratória permanente, não podendo assim ser incorporada à remuneração para todos os fins.

Pleiteia a redução da verba honorária para o valor máximo de R$100,00. Pede o conhecimento e provimento do recurso para que seja reformada a sentença guerreada.

O recurso foi recebido à f. 84.

Contrarrazões às f. 86/90.

As autoras apresentaram apelação adesiva às f. 91/95 pleiteando a reforma da decisão para determinar os reflexos do adicional de insalubridade sobre o décimo terceiro e as férias.

Conheço do reexame necessário, bem como do recurso voluntário e adesivo, porquanto presentes os seus pressupostos extrínsecos e intrínsecos de admissibilidade.

O procedimento permaneceu paralisado, vindo somente agora à conclusão após a aposentadoria do Desembargador que me antecedeu.

Pois bem.

Cinge-se a controvérsia em apreço à pretensão dos autores, servidores da FHEMIG, à...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT