O cotidiano feminino ontem e hoje

Com acervo precioso reconhecido pela Unesco, Biblioteca das Mulheres, que chegou a ser ameaçada de fechamento por falta de recursos, ganha novo abrigo na London School of EconomicsVivian OswaldCorrespondente em Londresvivian.oswald@oglobo.com.br"The old clothes of St. Gilles", fotografia de John Thomson e Adolphe Smith, de 1877/Divulgação/London School of EconomicsOs últimos anos da Biblioteca das Mulheres - criada na capital britânica pelo movimento feminista Fawcet Society em 1926 - parecem mais um capítulo das histórias de luta vividas pela população feminina no Reino Unido no século XX. Esta que é considerada a maior e mais antiga coleção especializada da Europa, e acervo chave da sociedade britânica, está de mudança pela quarta vez em menos de 40 anos, depois que a universidade London Metropolitan, a London Met, anunciou no ano passado que não tinha mais meios de sustentá-la e procurava outro guardião para a coleção.No dia 22 de março, as portas do prédio que custou pouco mais de R$ 17 milhões, feito sob medida para receber a biblioteca dez anos antes, foram fechadas em definitivo, para tristeza dos frequentadores. A data foi marcada com antecedência pela nova proprietária, a London School of Economics (LSE), que, pouco depois de arrematar a coleção, em dezembro do ano passado, avisou que também não teria condições de manter o edifício de Aldgate, seja por razões financeiras ou "de sustentabilidade".A boa notícia é que o público não ficará órfão por muito tempo. A reabertura, desta vez em novo espaço, também já está marcada. Em junho, a coleção, que agora passa a ser chamada de Biblioteca das Mulheres@LSE, poderá voltar a ser visitada no novo espaço que ganhou no campus da instituição, no centro de Londres.Logo que foi criada em meados da década de 1920, a biblioteca sobre a vida das mulheres acabou ocupando um pub adaptado em Westminster, no centro da capital, onde permaneceu até 1977. Dali, mudou-se para a Cidade Politécnica e, posteriormente, para a London Met.A coleção tem documentos reconhecidos pela Unesco e abrange, sobretudo, as mudanças sociais e políticas na vida das mulheres desde meados do século XIX até os dias de hoje. Pesquisadores e o público em geral vão encontrar nas prateleiras das novas instalações arquivos tão distintos quanto a documentação das "suffragettes" (defensoras do voto feminino), as primeiras edições das irmãs Brontë ou de Virginia Wolf, sem deixar de lado os romances açucarados de Barbara Cartland, ou ainda Bridget...

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