Abandono e decadência marcam Banerjão

Malconservado, prédio do governo estadual tem andares desativados, sujeira e elevadores inoperantesFábio Vasconcellosfabiovas@oglobo.com.brRafael Galdorafael.galdo@oglobo.com.brÉ um gigante de 31 andares no concorrido coração financeiro da cidade. Mas o aspecto de abandono e decadência do edifício do Centro Administrativo do Estado do Rio (Caerj) - o popular Banerjão, na Rua da Ajuda 5 - pouco condiz com a valorização do entorno. O prédio, que exibe marcas da má conservação em todo canto, abriga dez órgãos do governo, como as secretarias estaduais de Obras, de Educação e de Cultura. As promessas de reformas são antigas e, para alguns servidores, viraram lenda. A última foi no ano passado, quando se cogitou até a construção de um gabinete para o governador no edifício. Agora, no entanto, o governo diz que ainda estuda a destinação do imóvel. E, enquanto há incertezas sobre seu futuro - alvo recente de especulações de venda -, nos últimos anos pastas como a de Transportes deixaram o prédio, hoje com cinco pavimentos desativados.Os sinais de problemas na manutenção se revelam já na fachada, com ferragens aparentes nas estruturas de concreto dos primeiros andares. Dentro do edifício, equipes do GLOBO que percorreram todos os andares do Caerj esta semana constataram que os elevadores são antigos, alguns sequer funcionam ou apresentam defeitos constantemente. Mais sombrias são as escadas de emergência: escuras e com paredes sujas. Subindo por elas, chamam atenção as pontas de cigarro espalhadas pelo chão. E é fácil perceber como foram parar ali: muitos funcionários usam a área como "fumódromos", apesar de avisos em alguns andares, como o décimo, alertarem para os riscos de fumar no prédio.Em junho do ano passado, andares chegaram a ser evacuados depois de um princípio de incêndio provocado por uma guimba de cigarro. Foi o quinto caso de fogo pelo mesmo motivo apenas no primeiro semestre de 2012. Num dos andares, um cartaz pergunta se os servidores sabem que é proibido fumar no interior do prédio, numa frase com vários pontos de interrogação, enquanto outro diz: "Porcos, não façam da escada a lixeira da sua casa". Curtos-circuitos e infiltrações são outros perigos, reclamam os frequentadores do edifício. E, em caso de incêndio, os riscos aumentam porque, na maioria dos andares, os órgãos do governo têm características das velhas repartições públicas, com paredes cobertas com madeira e muito papel acumulado.- É um prédio público e velho. É assim mesmo... Estão...

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