Agressões merecem repúdio

- O Estado tem que entender que tratar como guerra a segurança pública e as manifestações só contribui com essa violência. O trágico episódio que vitimou o cinegrafista, no entanto, não deve servir de pretexto para criminalizar os atos públicos, que são um direito constitucionalmente assegurado.

O antropólogo Lenin Pires, do Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos, da UFF, vai além: em sua opinião, o Estado necessita, urgentemente, criar um protocolo de ação das agências públicas nas manifestações. Ele observa que, pelo desenrolar dos acontecimentos, 2014 será um ano de muitos protestos, e que, apesar das experiências do ano passado, ainda não há uma iniciativa de interlocução.

- O governo precisa conversar com essa parcela da sociedade que se manifesta democraticamente, para garantir o direito de ir às ruas fazer suas reivindicações. Esses manifestantes legítimos nada têm a ver com os grupos autoritários que aproveitam os protestos para tentar impor, pela violência, a ideia de que a democracia não tem valor algum. É preciso permitir a manifestação legítima da sociedade e protegê-la desses grupos que querem ver o circo pegar fogo - observa Pires.

Na avaliação do antropólogo, na falta desse protocolo, a polícia acaba também agindo de forma autoritária, permitindo com que grupos sem compromisso com a sociedade democrática justifiquem...

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