Água, um bem precioso que pode acabar

AutorGlória Santini
Páginas53-75

Glória Santini. Acadêmica do Curso de Administração de Empresas, com Habilitação em Comércio Internacional, da Faculdade da Serra Gaúcha. Artigo escrito para a disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica, no primeiro semestre de 2006. E-mail: gsks@terra.com.br.

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1 Introdução

Evitar que a água venha a findar-se são atitudes e deveres que pessoas, governo e empresas devem tomar para si. Usar da ética e da responsabilidade social é determinante para que este fato se concretize.

Conscientizar pessoas, governo e empresas para que ajam com responsabilidade social e cidadania a fim de que, no futuro, falte água no planeta. Identificar as causas e os causadores do processo de poluição da água como também da sua escassez; as conseqüências futuras que poderão vir a ocorrer; atitudes negativas e prejuízos morais e econômicos para o país e para o mundo.

Assegurar a quantidade de água necessária não basta. É preciso manter a qualidade da água. Fazer com que se evite contaminação de rios, lagos, oceanos, aqüíferos, enfim todas as possíveis fontes de água, pois sua purificação é de custo elevado, sendo necessários vários anos para sua realização e sendo que, em alguns casos, o processo é irreversível. A única abordagem racional é evitar a contaminação.

Depositar partículas e matéria dissolvidas provenientes de detritos naturais e dos despejos da sociedade humana na água causa contaminação e poluição na mesma, sejam elas lixo orgânico ou industrial. Cabe às pessoas e empresas se conscientizem a não colocarem lixos nos rios, mares e oceanos, evitando assim a toxidade da água. Para as pessoas, basta depositar o lixo no lugar correto e para as empresas instalar sistemas de esgoto, de forma que os dejetos não caiam direto na natureza, mas sim, que tenham tratamento dentro da própria empresa.

O consumo de água humano, agrícola e industrial cresce duas vezes mais rápido que o crescimento da população. A poluição envenena e o efeito estufa muda a distribuição das fontes. Sendo assim, precisamos aprender rápido a conservar e a distribuir melhor nossas reservas de água, pois o consumo excessivo causa escassez e, sendo assim, a população não terá de onde extrair, futuramente, este recurso natural da natureza.

Desmatamentos e queimadas na Amazônia podem acelerar processos como o aquecimento global, aumentar a ocorrência de fenômenos climáticos extremos e alterar em larga escala os ciclos da água e de nutrientes, essenciais aos seres vivos. Os governos federal, estaduais e municipais devem estabelecer leis rígidas que proíbam a pratica dessas ações, como também a conscientização dos ocupantes da área.

A maioria das pessoas tem o costume de desperdiçar água, mas isso tem de mudar, porque o consumo dela vem aumentando muito e está cada vez mais difícil captar água de boa qualidade. Mudança de hábitos são medidas que devem ser tomadas com urgência pela população, como fechar aPage 55 torneira na hora de escovar os dentes e de lavar a louça. Isso já seria um bom começo para a solução do problema.

Agrotóxicos são substâncias usadas para otimizar o crescimento das plantas, seja fornecendo nutrientes que facilitam o seu crescimento (fertilizantes), seja matando os insetos daninhos à lavoura (pesticidas). Os reservatórios de água, como os lençóis subterrâneos sofrem com o problema, pois a água da chuva “lava” a terra e transporta o excesso aos mananciais, causando intoxicação às pessoas no consumo dessas águas, como também na ingestão dos alimentos contaminados. Governo deve tomar medidas para que se reduza o uso de agrotóxicos na agricultura.

A falta de água é um problema que vem preocupando a sociedade em geral, como também as empresas e governantes. Cabe a cada um de nós, às entidades, empresas, governos e população como um todo, assegurar o bem estar de cada um, de nosso país e de países vizinhos, e acima de tudo a salvação do planeta.

2 Desenvolvimento

A água é o constituinte mais característico da terra. Ingrediente essencial da vida, a água é talvez o recurso mais precioso que a terra fornece à humanidade. Embora se observe pelos países mundo afora tanta negligência e tanta falta de visão com relação a este recurso, é de se esperar que os seres humanos tenham pela água grande respeito, que procurem manter seus reservatórios naturais e salvaguardar sua pureza. De fato, o futuro da espécie humana e de muitas outras espécies pode ficar comprometido a menos que haja uma melhora significativa na administração dos recursos hídricos terrestres. (RIVIERE, 2006.. Acesso em: 17 abr. 2006).

Ameaças de escassez dos recursos hídricos têm colocado, nos últimos anos, a questão das águas no centro das preocupações e disputas em todo o mundo. Afinal, mais de um milhão de pessoas não têm acesso à água potável e, em 2025, se não forem tomadas medidas urgentes, a degradação ambiental e a cultura do desperdício vão comprometer a vida de 2/3 da população mundial, embora o planeta ainda disponha de reservas suficientes para matar a sede de todos os seres vivos.

Detentor de 12% das reservas mundiais de água doce, o Brasil tem pela frente o desafio estratégico de liderar esforços para que a gestão e o uso sustentável dos recursos hídricos ganhem papel de destaque da agenda ambiental do planeta, conforme o Fórum Nacional das Águas. Porém, esta liderança só será bem sucedida na medida em que o país implemente, cadaPage 56 vez mais, ações efetivas para a proteção de suas águas. Conforme citação de Bertold Brecht, no Fórum Nacional das Águas,

Do rio que tudo arrasta se diz violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. São os homens que moldam as margens dos rios e lagos. Moldam para matar ou para fazer brotar de suas águas o futuro do planeta e da Humanidade (Revista Época, Fórum Nacional das Águas, Poços de Caldas, 7 de junho de 2003).

Em 22 de fevereiro de 1993, na Assembléia Geral das Nações Unidas, foi declarado que o dia 22 de março de cada ano será o Dia Mundial da Água (DMA), sendo observado a partir do ano de 1993, de acordo com as recomendações da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.

A água é um bem precioso e insubstituível. É um elemento da natureza, um recurso natural, podendo ser encontrado na natureza em três estados: sólido (gelo), gasoso (vapor) e líquido. Ainda classificando a água, ela pode ser: doce, salobra e salgada.

É de domínio público que a água é de vital importância para a existência da própria vida na terra. A água é um recurso natural que propicia saúde, conforto e riqueza ao homem, por meio de seus incontáveis usos, dos quais se destaca o abastecimento das populações, a irrigação, a produção de energia, o lazer, a navegação.

Pode ainda assumir funções biológicas, como constituições celulares de animais e vegetais, e função natural, como meio de vida e elemento integrante dos ecossistemas. Assume também funções técnicas, aproveitadas pelo homem através das propriedades hidrostáticas, hidrodinâmicas e termodinâmicas entre outros fatores para a produção, ou simplesmente como função simbólica, assumindo valores culturais e sociais.

É justamente por todos estes valores que a água possui que não devemos nos esquecer que, em diversos lugares do planeta, milhares de pessoas já sofrem com a falta desse bem essencial à vida.

Conforme o Artigo 6º da Declaração dos Direitos da Água, “A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo” (Anexo A), fato este que já ocorre em muitas regiões do planeta.

Os Estados Unidos são o principal importador de petróleo do mundo. Com a invasão do Iraque, eles se apoderam da segunda maior reserva do planeta. O Iraque possui a maior reserva de água do Oriente Médio, motivo de cobiça dos aliados dos americanos. Entre eles o Kuwait, país com a menor disponibilidade de água do globo. Cada kuwaitiano dispõe de dez metros cúbicos ao ano, valor inferior aos 1.000 metros cúbicos consideradosPage 57 pela Organização das Nações Unidas como mínimos para o desenvolvimento humano.

Conforme relatório da Unesco, a Arábia Saudita e a Jordânia enfrentam a mesma dificuldade: estão entre as nações com a pior qualidade de recursos hídricos do planeta. Há décadas, o governo dos dois países e o de Israel planejam construir um aqueduto para desviar até seus territórios parte das águas dos rios Tigre e Eufrates, que banham o Iraque.

Em Israel, 40% da água subterrânea estão em territórios ocupados pelos palestinos e a escassez já motivou disputas anteriores entre árabes e israelenses. Em 1965, a Síria tentou desviar o rio Jordão de Israel, o que desencadeou ataques aéreos como represália. Mais tarde, foram os próprios israelenses que desviaram a água do mesmo rio Jordão para irrigar seus plantios, deixando a Jordânia a seco. O relatório da Unesco não faz rodeios e aponta a água como motivo da próxima crise mundial.

Conforme afirma Koichiro Matsuura, “os suprimentos diminuem enquanto a demanda cresce em ritmo dramático e insustentável. Em 20 anos, a média de água por habitante deve diminuir em um terço”.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) considera que a questão da água está relacionada diretamente com a agricultura, a energia, a saúde, a biodiversidade, os ecossistemas e o combate à pobreza. A água doce equivale a apenas 3% dos recursos hídricos da terra, mas somente 0,3% na superfície, com o restante em mananciais subterrâneos. Atualmente, um bilhão e duzentas mil pessoas não tem acesso à água. Estima-se que, em 2025, serão 2,7 bilhões.

O Iraque, além de ser a segunda maior reserva de petróleo do mundo, é o país com a maior reserva hídrica do Oriente Médio, recurso demasiadamente escasso no vizinho Kuwait, o país com menor disponibilidade de água do planeta. Outros países...

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