Argentina condena Menem a 7 anos de prisão

Buenos Aires Mais de 18 anos após as primeiras denúncias e investigações, o ex-presidente argentino Carlos Menem (1989-1999) foi condenado ontem a sete anos de prisão por sua responsabilidade no contrabando de armas para Croácia e Equador, entre 1991 e 1995. Menem, durante uma década o homem mais poderoso da política argentina e um dos chefes de Estado mais importantes da região, transformou-se no primeiro presidente eleito após a redemocratização do país a ser condenado pela Justiça.A histórica sentença anunciada pelo Tribunal Oral em matéria Penal Econômica N° 3, que incluiu a condenação de outras 16 pessoas (entre elas o ex-ministro da Defesa, Oscar Camilión), porém, ainda não poderá ser aplicada no caso do ex-presidente, reeleito senador pela província de La Rioja em outubro de 2011, como aliado do governo Cristina Kirchner. Antes, o Senado, casa na qual o kirchnerismo tem maioria (entre próprios e aliados), deverá votar o pedido de suspensão de imunidade parlamentar de Menem, já apresentado pela Justiça. Paralelamente, a provável apelação do ex-presidente deixará em mãos da Corte Suprema a decisão de ratificar, ou não, sua condenação.Se Menem perder a imunidade e a Corte confirmar a sentença de ontem, o ex-presidente, de 82 anos, poderá solicitar a prisão domiciliar, concedida a pessoas acima de 70 anos. O benefício já lhe foi autorizado no primeiro ano de governo Fernando De la Rúa (1999-2001), quando o ex-presidente esteve seis meses detido numa casa na província de Buenos Aires, também pelo contrabando de armas. O ex-ditador Jorge Rafael Videla (1976-1981), falecido mês passado na prisão, também cumpriu regime de detenção domiciliar até 2008, ano em que a Justiça, por forte pressão de ONGs de defesa dos direitos humanos, ordenou seu traslado a um quartel militar e, dois anos depois, a uma prisão comum.aliado do kirchnerismoDepois de ter presenciado a audiência anterior, há cerca de duas semanas, na qual o promotor federal da acusação solicitou oito anos de detenção, Menem não esteve ontem na leitura da sentença final. O ex-presidente, que nos últimos meses ausentou-se de debates e votações no Parlamento, alegou motivos de saúde.— Esta decisão mostra que todos somos iguais perante à lei, seja presidente ou senador, quem comete um delito deve ser castigado — declarou o advogado Ricardo Monner Sanz.Ele é um dos principais denunciantes de Menem e dos demais acusados da associação...

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