Argentina sofre com paralisia de negócios e novos reajustes

BUENOS AIRES. Em vários supermercados e lojas de eletrodomésticos, os preços foram reajustados e vários produtos estão em falta, diante da expectativa de que o dólar oficial continue subindo e sua escalada acelere a inflação, que em 2013 chegou a 28,3%. Na semana passada o dólar oficial passou de 6,84 para 8,015 pesos, a maior desvalorização da moeda argentina desde março de 2002.Paralelamente, em alguns supermercados, como os da rede Disco, foram reforçados os limites para a compra de alguns alimentos: no caso do tomate, por exemplo, vende-se apenas um quilo por pessoa. A situação só se normalizará, segundo o secretário geral da União Industrial Argentina (UIA), José Ignácio de Mendiguren, se hoje a Casa Rosada anunciar, além de detalhes sobre as novas regras do mercado cambial, medidas contundentes de combate à inflação.— O setor industrial está em compasso de espera. As medidas (anunciadas semana passada) buscam melhorar a competitividade argentina, mas para isso é preciso um claro combate à inflação — disse De Mendigurem, que também é deputado da Frente Renovadora, sublegenda do Partido Justicialista (PJ) fundada pelo deputado Sergio Massa, ex-chefe de Gabinete do governo Cristina Kirchner.As idas e vindas do governo kirchnerista, assegurou o secretário geral da UIA, “não ajudam a gerar confiança no país”.— As mudanças dão a sensação de uma ausência de plano — disse De Mendigurem.ação contra o paraleloDois dias depois de ter anunciado a redução do tributo cobrado sobre despesas no exterior em turismo, saques e pagamentos com cartão de crédito e débito de 35% para 20% (que pode ser descontado do Imposto de Renda, prévia autorização da Receita local), o ministro da Economia, Axel Kicillof, informou que esta medida não entrará em vigência hoje, como afirmara o chefe de gabinete, Jorge Capitanich, na última sexta. O tributo só será rebaixado para a compra de dólares para poupança. Nos demais casos, Kicillof não deu detalhes se a medida será, ou não, aplicada. Ao jornal “Página 12”, o ministro assegurou que “um dólar a 13 pesos (cotação alcançada no mercado paralelo na semana passada) teria um efeito devastador sobre a produção, o emprego e os salários”:— Acreditamos que um dólar a 8 pesos (cotação atual do oficial) é um valor adequado.Kicillof explicou porque o governo recuou, em 48 horas, da decisão de baixar a taxa cobrada para gastos no exterior:— O turismo interno melhorou muito este ano e as pessoas que quiseram viajar para o exterior...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT