Banco Dos brics

Marco LucchesiÉo que parece desenhar-se no horizonte da sexta reunião de cúpula dos Brics, que se realizará em Fortaleza no mês de março. A ideia de um banco de desenvolvimento de países emergentes enseja um debate produtivo, para além do exausto sistema de Bretton Woods, de que o FMI e o Banco Mundial são as pupilas gerenciais. Defendem-se diversas vantagens com o banco de desenvolvimento dos Brics: desde a consolidação da nova ordem multipolar ao incremento das relações Sul-Sul ( Global south ), de uma nova moeda mais forte e alternativa ao dólar até a expansão dos mercados entre as potências emergentes.Os desafios são enormes e guardam um discreto sabor hamletiano. Depois da embriaguez das cifras realmente elevadas, restará saber como o quantum de democracia de cada país poderá afetar sua capacidade acionária. Desde já o endosso de qualquer decisão, através do sufrágio universal, mostra-se impensável. Seria preciso levar adiante o debate sobre a desigualdade e a lógica da redistribuição, dentro de um quadro ético, não limitado apenas a responder ao FMI, o que seria restritivo e insuficiente. Falta decidir a estratégia do crescimento, se pautada na sustentabilidade ou presa ao velho paradigma, que move a economia chinesa, com graves efeitos ambientais. Um banco de desenvolvimento que se limite à macroeconomia neoliberal ou que se empenhe em programas da "redução da desigualdade"?O mais inquietante de todo o processo é o vício de origem do discurso das políticas econômicas, não importa se desenhadas ao sul ou...

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