BEATRIZ MILHARES

Ao ter uma pintura vendida por US$ 2,1 milhões num leilão em NY, semana passada, ela se tornou (de novo) a artista plástica brasileira viva mais valorizada, mas gosta mesmo é de 'ser tia' e colecionar papéis de balaAudrey Furlanetoaudrey.furlaneto@oglobo.com.brBeatriz Milhazes. Aos 52 anos, a artista vendeu cinco telas com valores acima de US$ 1 milhão em 2012; para 2013, ela prepara um livro que sairá pela editora Taschen e sua primeira grande exposição no Rio em dez anos, no Paço ImperialLeo MartinsEm pé ao lado do jardim de inverno, Beatriz Milhazes toma uma xícara de café ao som de Vanessa da Mata. A dez passos dali, Marcos Serrano, assistente dela desde 1994, está sentado com o corpo curvado sobre um dos projetos da artista. Ele usa um pincel fino e tons de ouro para pintar formas curvilíneas. No mural acima da cabeça dele, estão incontáveis convites de exposições que Beatriz recebe e uma réplica do cartaz de Shepard Fairey com a imagem de Barack Obama e a palavra "hope" (esperança).Ela comprou a casa, no número 15 de uma rua charmosa no Horto, em 2005. É a segunda propriedade dela naquela rua - a primeira, de número 5, Beatriz arrematou no final dos anos 1980, quando acabara de concluir o curso de pintura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Tudo quando o bairro ainda era "nada", e ela não conhecia Marcantonio Vilaça, o marchand que a inseriu no mercado internacional, na década de 1990, e que, reza a lenda, teria orientado a artista para que mantivesse uma produção tímida em termos de quantidade (este ano, por exemplo, ela trabalhou em apenas cinco pinturas). Assim, Beatriz faria uso da boa e velha lei da oferta e da procura - com poucas obras, mantém uma fila de colecionadores à espera de uma tela sua.Verdade ou lenda de mercado, a produção contida surtiu efeito entre os consumidores de arte. Na semana passada, aos 30 anos de carreira e 52 de idade, ela obteve pela segunda vez o título de artista brasileira viva mais cara da História, quando a tela "Meu limão", de 2000, foi arrematada em Nova York por US$ 2,1 milhões (mais de R$ 4 milhões). Superou o recorde anterior, da também carioca Adriana Varejão, que em 2010 viu sua "Parede com incisões à Fontana II" ser vendida por US$ 1,52 milhão. Adriana, por sua vez, ultrapassara então outro recorde, de 2008, de Beatriz (sua tela "O mágico", de 2001, fora arrematada por US$ 1,05 milhão naquele ano). Ela mesma não acha os valores altos demais?- Esse é o preço. Em termos internacionais, não é caro...

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