Bom e não custa muito

deise novakoskideisenova@globo.comHá muito tempo me preocupo com o mercado de vinhos modestos. Aqueles que queremos e precisamos para o dia a dia, uma garrafa tão básica quanto a camiseta e o chinelão que desejamos após um dia de trabalho. O ideal nessa hora é que o vinho também seja simples e não obrigue a grandes considerações.Esses vinhos praticamente desapareceram das prateleiras, onde agora predominam os com histórias para contar e pedigree, que custam bem mais.Parte das minhas preocupações foi mitigada na semana passada, quando fui convidada pelo consultor Paulo Nicolay para conhecer os vinhos chilenos AS³. Fiquei encantada com a franqueza dos vinhos e dos responsáveis pelo projeto.Diante dos ótimos resultados alcançados no Brasil (onde vendeu dois milhões de litros dos azeites O-Live e Santiago), a Olisur do Brasil, braço da Òlisur Olivos del Sur S.A. do Chile - maior exportador de azeites de oliva extravirgens do país -, decidiu entrar no mercado dos vinhos com a mesma estratégia. Ou seja, ter produtos de qualidade com preços agressivamente competitivos e abocanhar consumidores como eu e você, que economizam onde podem, para gastar onde querem.Começou firmando parceria com a vinícola chilena Terramater, com três tipos de tintos de uvas cabernet sauvignon.Naturalmente, e com muita objetividade, iniciou com a variedade que é considerada a mais nobre do mundo e possivelmente a mais conhecida também. Originária da região francesa de Bordeaux, é marca registrada das bem irrigadas terras do Médoc e Graves. Misturada a outras castas, como merlot e cabernet franc, que entram em proporção menor, dá origem aos famosos Château Lafite Rothschild, Château Margaux etc. O aspecto mais extraordinário da cabernet sauvignon talvez seja a sua aptidão para viajar, assentar raízes em terras distantes e continuar a produzir um vinho que é...