Cautela com fim de gasto em real lá fora

Especialistas sugerem alternativas após bancos bloquearem a conversão imediata do câmbio no cartãoJoão Sorima Netojoao.sorima@sp.oglobo.com.brProteção. Ricardo Figueiredo comprava em real nos sites estrangeiros: "Dólar poderia subir, o que me dava vantagem"Eliaria AndradeSÃO PAULOOs brasileiros que costumavam fazer compras no exterior e convertiam imediatamente para reais o valor gasto em moeda estrangeira não terão mais essa alternativa a partir deste mês. Grandes bancos, como Itaú, Bradesco e Santander, já estão enviando cartas a seus clientes informando que esse procedimento não será mais permitido. HSBC, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal ainda estudam se também vão mudar as regras. As bandeiras Visa, Mastercard e Visa Electron também já estão orientando os clientes em estabelecimentos no exterior a fechar a compra em divisa internacional. Num cenário de alta do dólar ou do euro, por exemplo, fechar o câmbio antecipadamente é uma forma de se proteger contra uma elevação brusca da cotação até data do pagamento da fatura do cartão. Essa opção agora acabou e o consumidor terá que correr o chamado risco cambial, alertam os especialistas.- Hoje, a possibilidade de o dólar subir entre a data da compra e o fechamento da fatura do cartão de crédito é concreta. Portanto, o cliente que fazia esta operação para "travar" a cotação sai prejudicado, porque o risco cambial, que era assumido pelas instituições financeiras, foi repassado a ele - explica Marcelo Maron, consultor financeiro e diretor de Administração e Finanças do Grupo Par, de Brasília.Para especialistas, em momentos de instabilidade do câmbio, como o atual, o melhor é não utilizar o cartão de crédito em compras no exterior. As melhores alternativas são levar um cartão pré-pago ou até mesmo comprar dólares em espécie, todo mês. Isso evita surpresas desagradáveis se a cotação da moeda americana der um salto.- Quando o dólar está estável, tanto faz converter a compra em real no ato ou no fechamento da fatura. É irrelevante, porque não há susto no bolso. Mas com a expectativa de que o banco central americano retire os estímulos à economia dos EUA e a tensão no Oriente Médio, a moeda americana pode subir. Por isso, é melhor viajar com o orçamento em dólares já fechado - diz Miguel Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Associação nacional dos Executivos de Finanças (Anefac).De maio a setembro, o dólar disparou de R$ 2,05 para R$ 2,30, alta de mais de 12%, depois que o Federal Reserve (Fed), o banco...

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