Ciência com fronteiras

Falta de conhecimento de idiomas por estudantes e de cursos nas universidades emperra expansão do principal programa federal para o ensino superior no paísLuiza Barrosluiza.barros@oglobo.com.brThais Lobothais.lobo@oglobo.com.brProblema. Igor Barroso foi para Universidade da Califórnia, mas teve dificuldades para se inscrever em disciplinasTroca. Othávio agora vai para ItáliaArquivo PessoalEducaçãoAbarreira da língua tem feito avançar a passos lentos, na opinião de especialistas em educação, o programa Ciência sem Fronteiras, principal iniciativa do governo Dilma Rousseff no ensino superior. Quase dois anos após o anúncio do programa, e um ano e meio após sair o primeiro edital, foram implementadas 29.192 bolsas de estudo no exterior, quando a meta é chegar a 45 mil até o fim de 2013. Em apenas meio ano, é preciso cumprir 35% da meta. Até dezembro de 2015, o governo espera distribuir um total de 101 mil. Nos próximos dois anos, portanto, teriam de ser cumpridos 71% do objetivo total.O programa prevê não apenas o envio de estudantes ao exterior, mas também a atração de pesquisadores estrangeiros para atuarem em instituições no país. Nesse sentido, o fluxo também é vagaroso. Das 4 mil bolsas previstas, somente 395 foram utilizadas.A princípio, parece difícil compreender a dificuldade de se preencher as vagas. Com mais de 23 mil bolsas implementadas, a categoria mais ampla, a da graduação-sanduíche, oferece uma ajuda de custo mensal de US$ 870 e o custeio das mensalidades, além de passagem de avião, seguro de viagem e notebook. O valor pode ser maior em casos de cidades com alto custo de vida, como Londres e Tóquio. Mas a falta de cursos de línguas nas universidades e a própria deficiência na bagagem escolar dos estudantes são, combinados, os principais entraves para a expansão do programa. A barreira do idioma fazia muitos estudantes escolherem Portugal. Por esse motivo, o país acabou sendo retirado recentemente do programa.A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), apontada pelo Ministério da Educação como a porta-voz do programa, não respondeu a perguntas do GLOBO sobre as estratégias do Ciência sem Fronteiras, após uma semana de pedidos. Para o assessor de apoio à cooperação internacional da USP, Antonio Carlos Vieira Coelho, a falta de um segundo idioma pode ser um dos entraves para a expansão do programa.- A língua é um gargalo no país inteiro, tanto que Portugal foi um destino amplamente escolhido,não por sua excelência...

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