Compartilhar: a chave para economia verde

Crescem no mundo iniciativas de consumo colaborativo, no qual o uso é mais importante que a posse do bemLuciana Casemirolucianac@oglobo.com.brColetivo. Jaqueline (à esquerda) decidiu compartilhar livros, o que atraiu IsabelaLeo MartinsBuscar formas de compartilhar, trocar, vender produtos ou serviços: essa é a base do chamado consumo colaborativo, listado pela revista americana "Time" entre uma das "Dez ideias que podem mudar o mundo". A prática, que já é popular nos Estados Unidos, Europa e Austrália, vem ganhando adeptos no Brasil. São iniciativas para organizar caronas, promover o compartilhamento de carros e bicicletas ou a troca de moradias para as férias, bem como os já manjados sites que fazem intermediação da venda de objetos usados, os brechós e as casas de aluguel de roupas.- As cidades, especialmente as europeias, que já têm uma maturidade de planejamento urbano diferente, com o sofrimento advindo da crise tiveram de repensar o consumo. E o sistema colaborativo, além de trazer economia, traz outras vantagens. A dificuldade é o tempo de busca e acesso a acervos para troca, o que vem sendo driblado com aplicativos e sites, como um americano que permite saber o que está disponível para compartilhamento no raio de um quilômetro da sua casa. Quando se alcança escala, pode-se chegar a um modelo de negócios lucrativo, tanto para o empreendedor quanto para o meio ambiente - diz Camila Haddad, uma das mentoras da Cinesi, site voltado ao compartilhamento de conhecimento.resgate das relações interpessoaisCamila já trabalhava com consumo consciente quando decidiu se debruçar sobre o modelo colaborativo em seu mestrado na Universidade de Londres. A confiança, maior entrave ao novo sistema, foi seu objeto de estudo.- Nos centros urbanos, há um isolamento, você não conhece sequer seus vizinhos, como abrir a porta e emprestar o carro? Fui estudar como impulsionar a confiança e observei que, quanto maior o engajamento das pessoas em consumo colaborativo pela internet, maior no mundo real, e vice-versa - explica Camila. - Nas entrevistas percebi que, nesse tipo de consumo, quando a primeira experiência é boa, há um impacto positivo na confiança no ser humano de forma geral, e isso faz com que as pessoas ampliem seu comportamento de compartilhamento. Essa mudança altera a forma como nós nos relacionamos com os outros e com a sociedade, e também como os negócios são feitos. O importante passa a ser o uso e não a posse, e as empresas têm de passar a pensar mais a...

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