Cruzar os Andes a pé

Mauro LaviolaSimples coincidência ou jogo político dos mandatários de Chile, Colômbia, México e Peru ao firmarem o documento constitutivo desse novo bloco latino-americano aos 2.400 metros de altura do deserto de Atacama e aos pés dos quatro maiores telescópios existentes no mundo localizados no Cerro Paranal?Parece terem escolhido o local para marcar o tamanho e a visão estratégica que pretendem dar a essa união. Efetivamente, após somente quatro encontros negociadores, realizados entre abril de 2011 e junho de 2012, firmaram o compromisso de criar um novo espaço de integração regional mais além dos acordos previstos no âmbito da Aladi.Alguns aspectos relevantes podem modificar substancialmente o panorama econômico, comercial e político da região:a) o acordo abrange as quatro economias mais pujantes e abertas de região segundo os índices médios de crescimento superiores a 5% alcançados nos últimos anos e pelos acordos extrarregionais firmados com Ásia, Europa e Estados Unidos;b) a presença do México tende a afastar ainda mais aquele país do Cone Sul;c) esse novo pacto, ao contrário de outras alianças regionais impulsionadas por dogmas ideológicos avessos aos "malvados e aos imperialistas", visa a projetar as nações pactuantes ao mundo desenvolvido como forma de combater o subdesenvolvimento endêmico;d) atuar como uma unidade regional coordenada nas relações internacionais valendo-se da avançada rede de acordos comerciais vigentes na região e com europeus, norte-americanos e asiáticos;e) talvez a mais sábia das decisões dessa aliança tenha sido descartar qualquer vínculo de união aduaneira, em boa hora revogada na Comunidade Andina de Nações e absolutamente inatingível no Mercosul.Costa Rica e...

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