'Os cubanos estão chegando', a oração dos desassistidos

Em áreas carentes de atendimento médico, moradores vivem drama cotidianoInsuficiência. No Posto de Saúde da Família de Santo Antônio de Posse (SP), médico só trabalha duas horas por diaQueixa geral. Araújo, que pagou para fazer exames clínicos: "Já peguei os resultados, e agora não tem a quem mostrar"Marcos AlvesHans von Manteuffelsaúde públicaSão Paulo, Bahia, Ceará e PernambucoMoradores de municípios do interior de quatro importantes estados brasileiros das regiões Sudeste e Nordeste se deparam diariamente com a fragilidade da saúde pública em suas cidades. O gosto amargo vem da falta de estrutura, da carência e do descaso de médicos e do poder público local, problemas recorrentes.No município de Amontada, a 149 quilômetros de Fortaleza, seis recém-nascidos já morreram este ano. Quem mora em Moitas, Aracatiara ou Nascente, localidades mais afastadas e ligadas ao município, sofre com falta de atenção básica e não recebe visitas de médicos ou agentes de saúde. Apesar de contar com 12 equipes do Programa de Saúde da Família (PSF), nenhuma delas possuía médico.- A gente ainda vê muito enterro de anjo por aqui. Quando vem de lá para cá, às vezes não dá tempo de sobreviver - conta o aposentado Joaquim Silva.Na última quarta-feira, dia em que O GLOBO visitou a região, familiares enterravam uma menina. Por isso, o posto estava fechado desde o início da tarde.- Quando acontece qualquer coisa na cidade, o pessoal fecha. Se morrer uma pessoa, vai todo mundo para o velório - comentou o aposentado José Elias Cacau.O quadro nos distritos mais afastados é grave. Por isso, dos três médicos estrangeiros enviados pelo programa Mais Médicos, um deve atuar em Lagoa Grande; outro, em Moitas; e um ficará na sede. A informação é do secretário de Saúde do município, Benedito Canholes. Segundo ele, a população sofre de viroses em geral e tuberculose.No interior de São Paulo, há cerca de um mês, as consultas com um médico generalista no Posto de Saúde da Família (PSF) da cidade de Santo Antônio de Posse só acontecem durante duas horas por dia. A unidade básica com mais demanda do município está com a equipe do PSF desfalcada e chegou a ficar dois meses sem médico, o que fez com que famílias da região deixassem de receber visitas regulares de médicos nos últimos três meses.Quatro horas a pé para encontrar médicoNa capital paulista, os moradores do bairro com menor renda média mensal da cidade também reclamam do atendimento. As unidades básicas de saúde de Marsilac, distrito...

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