Desafio da capital é conquistar o interior

Clubes de curitiba têm menos simpatizantes do que o 'estrangeiro' corinthians, bem mais popular na região

>>Angelo Binder

esporteglb@oglobo.com.br

Rivalidade. J.Malucelli x Toledo, 'clássico' do interior paranaense

Valterci Santos

Curitiba

Um marcador implacável, de personalidade forte. Espírito de capitão, uma autoridade respeitada até pelo presidente do clube. Descrevendo assim fica parecendo perfil de craque, ídolo da torcida ou revelação das categorias de base. Mas, na verdade, trata-se da ficha técnica de Eliezer Bonfim Nogueira, o homem responsável por manter o gramado do estádio Janguito Malucelli, em Curitiba, entre os melhores do país.

O tapete, elogiado por jogadores e técnicos que por lá pisam, é coisa rara no futebol paranaense. Tanto que vem sendo utilizado pelo Atlético-PR em jogos de menor público desde 2012, por causa das obras intermináveis da Arena da Baixada, um dos 12 estádios brasileiros que receberão jogos da Copa do Mundo.

Seu Eli é um ponto de partida para uma análise do atual momento do futebol paranaense.

- Eli não deixou nem o Ronaldo treinar aqui quando veio com o Corinthians. Ele se preocupa mais com o gramado do que com a família dele - entrega Juarez Malucelli, presidente do Jotinha, como é conhecido carinhosamente pelos torcedores o clube local, o J. Malucelli.

O funcionário confirma e, de quebra, assume:

- Eu sou corintiano de coração, mas tudo tem limite. Se deixo Ronaldo treinar, poderia jogar fora o trabalho de alguns dias, meses, anos. Sou fã dele, mas entre o Fenômeno e o gramado, não tive dúvida - defende-se ele, que também tem a missão de operar o placar eletrônico do Janguitão durante os jogos.

Com o pulso firme de Eli, sobrou até para o ex-camisa 9 da seleção brasileira, o maior artilheiro em Copas do Mundo. Além da firmeza no trato com a grama importada de Bermudas, o funcionário está com a galera quando o assunto é torcida.

Em 2012, um estudo da Paraná Pesquisas ouviu 113.962 pessoas em 70 municípios, entre janeiro e novembro daquele ano. A torcida do Timão correspondia a 15,77% dos moradores do estado, índice inferior apenas ao dos que disseram não torcer para ninguém (32,44%). O Atlético em segundo, com 7,72%, abrindo um bloco que tem, dentro da margem de erro, Palmeiras (7,34%), São Paulo (7,12%) e Coritiba (6,97%). Logo em seguida ficaram o Flamengo (6,69%) e Santos (5,28%). A margem de erro da pesquisa é de 0,5%.

Nem mesmo as conquistas de dois brasileiros - Atlético (2001) e Coritiba (1985)...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT