O desmonte da Saúde

Márcia Rosa de AraujoDécadas atrás, os hospitais públicos do Rio de Janeiro eram centros de excelência, com equipes completas e experientes, que proporcionavam ótima formação para os residentes. Havia vínculo emocional e comprometimento dos médicos com o hospital, além da possibilidade de uma carreira. Hoje, o que se vê é a desativação de serviços, o fechamento de unidades, a falta de concursos com salários dignos e vínculo precário de trabalho. Isso, obviamente, afeta o interesse das novas gerações de médicos pelo serviço público, já que o atual sistema não permite que o profissional se fixe na rede, tanto na capital quanto no interior.Uma preocupação do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro relaciona-se à privatização da Saúde: a tendência dos governos de entregar os serviços na mão de Organizações Sociais. Os médicos estão sendo coagidos a aceitar a implantação de empresas como a Ebserh. Recentemente, ganhamos uma ação que proíbe a Prefeitura do Rio de delegar às OSs a gestão das unidades já existentes. Os hospitais municipais Lourenço Jorge, Miguel Couto, Salgado Filho e Souza Aguiar, e dois PAMs da Zona Norte da cidade, por exemplo, não podem ser administrados desta forma.A contratação de médicos estrangeiros é outra medida imediatista e ineficaz para iludir a população. Afirmo, com base em fundamentos e pesquisas, que não faltam médicos no Brasil. O governo federal...

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