Devo, não nego. pago quando deixarem

Clientes de bancos e financeiras reclamam das dificuldades para renegociar empréstimos e saldar dívidasLuiza Xavierluiza.xavier@oglobo.com.brLuciana Casemirolucianac@oglobo.com.brDignidade. "Os endividados são tratados como marginais, mas no Nudecon fui recebido com carinho e respeito", diz o aposentado Iramar MarinhoMônica ImbuzeiroPessoas que contrataram empréstimo e não conseguem pagar as parcelas sem comprometer a renda mensal têm recorrido a órgãos de defesa do consumidor para renegociar seus débitos. Os chamados superendividados - alguns dos quais ainda têm acesso a crédito - reclamam que bancos e financeiras impõem condições impossíveis para que a dívida seja quitada. De acordo com a Fundação Procon-SP e a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, bancos públicos e privados, além de financiadoras de crédito, dificultam a renegociação, principalmente dos consignados.Tecnicamente, quem contratou um consignado está com os pagamentos em dia, já que as prestações são descontadas diretamente do salário ou da aposentadoria, portanto, não há razão para que a instituição financeira queira renegociar o contrato. Por outro lado, informam os bancos, o consignado é o empréstimo com a menor taxa de juros do mercado - em média 1,6% ao mês - e com o prazo de financiamento mais longo, podendo chegar a 120 meses. O cliente, assim, acaba renovando um empréstimo para pagar outro, comprometendo mais de 30% de seus ganhos, o que já é proibido por lei e deve ser reforçado na atualização do Código de Defesa do Consumidor. Na semana passada, foi apresentado a uma comissão do Senado, relatório com proposta que limita a 30% da renda mensal a soma das parcelas para pagamento de dívidas, corresponsabilizando instituições financeiras que descumprirem esse teto pelo superendividamento do consumidor.salário vai todo para o consignadoE há quem fique até sem salário. Foi o que aconteceu com Rubens Santino, de 59 anos, funcionário público em São Paulo. Cliente do Banco do Brasil, ele percebeu, em abril, que não tinha nada a receber. Seus ganhos, de pouco mais de R$ 1,5 mil, passaram a ser direcionados automaticamente para pagar os empréstimos.- Sou uma pessoa honesta. Nunca pensei que ia viver uma situação assim. Quero pagar, mas nem salário recebo mais. Depois que sofri um acidente, ano passado, pedi transferência do local onde trabalhava, para ficar mais perto de casa. Perdi algumas gratificações, tive que fazer o empréstimo, mas as prestações ficaram muito altas. Fui cinco...

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