'Dilma será muito transparente e honesta. Ela não esconde nada'

IGOR ROUSSEFF em Ouro Preto, em 2003: ele diz que não gosta de aparecer e se recusou a posar para uma foto agora. Na posse da irmã, sua presença não foi percebidaNinguém viu o senhor na festa da posse da presidente Dilma...IGOR ROUSSEFF: Fiquei meio escondido no meio da multidão. Sou tímido.Tímido? Sua irmã é tão corajosa...IGOR: Uma safra nunca sai igual à  outra. Temos personalidades parecidas; as atitudes é que são diferentes. A Dilminha gosta de certas coisas públicas, e eu não. Sou mais parado. Ela pensa antes no que vai fazer. Não aceita fazer nada que não vai aguentar fazer. Mas, se aceita, ninguém tenha dúvida de que ela vai fazer direito.O senhor e a presidente são meio afastados. Quando se separaram?IGOR: A gente não se separou. A gente se afastou fisicamente, mas estamos sempre ligados. Eu é que caí no mundo cedo. Cada um foi para um lado. Passei mais tempo sem ver minha mãe do que a Dilma. Aos 18 anos, fui para o Canadá ver as coisas por lá. Depois, fui para os Estados Unidos. Tinha acabado o movimento beatnik e começado o movimento hippie. Eu gostava de ver as palestras do Martin Luther King no Central Park. O pessoal dos Panteras Negras passava por mim e gritava: "white trash¡" (lixo branco). Mas não me sentia atingido. Nem americano eu era. Tinha consciência política, mas não me envolvi com nenhum movimento.Quando voltou, cada um foi para um lado...IGOR: Ficamos juntos mais ou menos até a época do vestibular. Depois, ela foi presa e eu também sumi. Fui fazer Direito na UnB. Já advogado, fui para Salvador e trabalhei em hotelaria lá e no Rio de Janeiro. Fiz jornalismo, turismo, história e depois me interessei por aviação. Tirei o brevê, mas quando ia para o Rio fazer um curso de controle de voo, tive um acidente na estrada e entendi aquilo como um prenúncio de que minha carreira na aviação não daria certo. Hoje tenho residência fixa em Belo Horizonte, Juiz de Fora e Passatempo (cidade onde a família Rousseff se fixou). E agora vou para onde tiver emprego. Trabalho com consultoria jurídica e controle de património.Com a eleição da presidente, o senhor vai para Brasília?IGOR: Vamos continuar afastados. O que vou fazer em Brasília? Vou ficar rabeando ela? Não quero atrapalhar. O que nos aproxima muito é minha mãe. Ela e tia Arilda, uma solteirona que é nossa segunda mãe, estão lá dando uma força para Dilma. Se elas me chamarem para alguma coisa especial, vou até amanhã. Mas não tem nada programado. Gosto muito de Brasília, mas é meio fora de...

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