Trajetória do Lobo 70 ANOS NO PALCO

No dia de seu aniversário, compositor grava DVD no Teatro Municipal com repertório que atravessa sua carreiraLeonardo Lichotellichote@oglobo.com.brO tempo e o artista. No show, a história de Edu Lobo será contada por canções e participações de Bethânia, Chico, Mônica Salmaso e Bena Lobo: "Todos têm relação com a minha vida"Fabio SeixoEdu Lobo lembra que tinha 19 anos quando, na noite em que conheceu Vinicius de Moraes, o poeta perguntou se ele tinha um samba sem letra:- Tinha, mostrei, e ele fez a letra na hora (a canção era "Só me fez bem") . No dia seguinte, quando acordei, pensei: "Caramba, sou parceiro do Vinicius". Isso foi muito melhor do que um elogio, do que essas coisas de "vou ligar para um amigo meu que é de gravadora". Ele fez muito mais... Não tenho a menor dúvida de que esse foi um chute inicial maravilhoso para minha vida.Da parceria que tem força de marco inaugural até a produção mais recente de Edu (canções como "Coração cigano", do CD "Tantas marés", de 2010), cinco décadas de carreira são atravessadas no show que o compositor apresenta no Teatro Municipal hoje, às 21h, no dia em que completa 70 anos - o espetáculo chega ao Auditório Ibirapuera, em São Paulo, no próximo dia 13.A ideia do roteirista e diretor Hugo Sukman é contar a história de Edu na música seguindo sua cronologia, dos anos 1960 até o presente.- É uma ideia muito simples - diz Sukman, que prepara uma biografia do compositor. - Mas que não é possível de ser realizada com qualquer um, talvez Edu Lobo seja o único que permite isso no Brasil. Porque sua obra é impressionantemente coesa. A carreira dele já se inicia com músicas que estão no nível das da maturidade. Ele fez "Pra dizer adeus" com 22 anos, "Canção do amanhecer" com 20.Há fugas da cronologia, quase imperceptíveis, segundo Sukman:- "Zanzibar" (1970), por exemplo, está antes de "Ponteio" (1967).Nas participações dos convidados - Maria Bethânia, Chico Buarque, Mônica Salmaso e Bena Lobo - também foram permitidas algumas liberdades. Afinal, é como se cada um trouxesse, dentro da grande história de Edu, uma pequena lembrança daquele encontro.- Todos têm relação com a minha vida. Com Bethânia gravei meu segundo disco de carreira (e o primeiro dividido com outro artista, "Edu y Bethânia", de 1966) . Tinha conhecido Bethânia pouco tempo antes e adorei o jeito dela cantar. Quem você compara com Bethânia? É impossível. Timbre, maneira de cantar... E a interpretação. Tem cantor de voz bonita, mas que não faz a letra chegar...

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