Memória do mundo

Filho de banqueiros que abriu mão da herança em troca de livros, Aby Warburg construiu imensa biblioteca regida por 'lei da boa vizinhança' e deixou inacabado atlas que apresentava versão alternativa da História da ArteGuilherme Freitasguilherme.freitas@oglobo.com.br'Lei da boa vizinhança'. Sala de leitura da Biblioteca Warburg, em Hamburgo: dezenas de milhares de livros eram organizados por afinidadePagão. Warburg em viagem a terras indígenas dos EUA, em 1895: "farto da história estetizante"Releitura. Imagens de "Atlas, suíte": exposição é uma versão da mostra "Atlas", realizada em 2010 no Museu Reina Sofía, em Madri, com curadoria do historiador da arte francês Georges Didi-HubermanMnemosyne. Obra do fotógrafo austríaco Arno Gisinger para a exposição "Atlas, suíte", inspirada em Warburg, que será aberta no MAR dia 28Montagem. "Atlas, suíte" aproxima imagens de épocas e origens distintasVida póstuma. Imagens analisadas por Warburg no livro "A renovação da Antiguidade pagã", que reúne textos sobre a irrupção de formas antigas na arte do RenascimentoDivulgaçãoDivulgaçãoDivulgação / fotos de Arno GisingerImagens de divulgaçãoAutor investigou recorrência das formas em várias épocasNa biblioteca de Aby Warburg, os livros não eram dispostos por idioma, gênero ou ordem alfabética. Seus milhares de volumes eram organizados por afinidade, obedecendo ao que o historiador alemão chamava de "lei da boa vizinhança". Os temas de uma obra se desdobravam na obra ao lado, que por sua vez era aprofundada ou contestada pela seguinte, e assim por diante, criando uma rede idiossincrática e virtualmente infinita de conhecimento espalhada pelas prateleiras. Na entrada do edifício que construiu em 1926, em Hamburgo, sua cidade natal, para abrigar o acervo sempre crescente, descrito por visitantes ora como lugar de sonho ora como labirinto desnorteante, mandou gravar o nome de Mnemosyne, deusa grega da memória.A expressão aparece também no título de seu projeto mais ambicioso, "Atlas Mnemosyne". Regido por princípio semelhante ao da biblioteca, era um conjunto de painéis onde o historiador afixava reproduções de pinturas, marcos arquitetônicos, retratos, diagramas, mapas. Ao morrer, em 1929, Warburg deixou o "Atlas" inacabado (ou era inacabável por definição), com 70 painéis e cerca de 1.300 imagens que contam uma versão alternativa da História da Arte, determinada não por estilos ou períodos, e sim por aproximações entre formas e temas de diferentes épocas.Esquecida durante...

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