Encruzilhada chinesa em semana decisiva

Partido Comunista escolhe líderes que farão transição da economia. Nos Estados Unidos, eleição no radarLucianne Carneirolucianne.carneiro@oglobo.com.brPausa. Operários descansam em obra em Hefei. Governo chinês tenta conter disparada nos preços de imóveis e economia pisa no freioReuters/27-10-12Estados Unidos e China, as duas maiores economias mundiais, enfrentam esta semana momentos políticos decisivos, que vão definir o rumo de suas economias. Na terça-feira, os americanos decidem se mantêm o democrata Barack Obama na presidência ou se o trocam pelo republicano Mitt Romney. Na quinta-feira, o Partido Comunista da China inicia seu 18º Congresso e define a nova liderança política chinesa, processo que ocorre a cada dez anos. O vice-presidente Xi Jinping está cotado para assumir a presidência de Hu Jintao, e Li Keqiang deve substituir Wen Jiabao como premier.Os desafios do país asiático não são pequenos: depois de décadas de um crescimento em torno de 10% baseado em exportações e investimentos, o ritmo de expansão recuou e é preciso apostar mais no consumo para garantir crescimento econômico sustentado.- Há um reconhecimento amplo de que não se pode mais confiar em exportações ou investimentos em infraestrutura para crescer e é preciso encontrar uma maneira de aumentar o consumo doméstico. O desafio é fazer isso numa época de transição política - diz o pesquisador associado do Instituto Peterson para a Economia Internacional Nicholas Borst, para quem o processo de transição econômica já começou, mas ainda está muito lento.A necessidade de diversificação das fontes de crescimento da economia chinesa foi identificada no 12º Plano Quinquenal, lançado no ano passado. Em plena crise, a China viu o ritmo de expansão das exportações despencar - sob influência principalmente da União Europeia - e a produção industrial também se ressentir.A dificuldade para transformar o modelo econômico, segundo a professora de Relações Internacionais da PUC-Rio e coordenadora do BRICS Policy Center Adriana Erthal Abdenur, é que há uma diferença entre o desejo do governo central e a atuação dos governos das províncias, com certa autonomia sobre seus orçamentos:- Falta capacidade do Partido Comunista de gerar incentivos para que as províncias adotem esse novo modelo de crescimento da economia. Os governos locais querem continuar com políticas de investimentos em massa, de grandes projetos de infraestrutura, porque dão visibilidade.O outro aspecto é que há indicação de que o...

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