O que favorece o assédio
Autor | Robson Zanetti |
Ocupação do Autor | Advogado, Palestrante, Robson Zanetti e Advogados Associados |
Páginas | 76-91 |
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A psiquiatra francesa François Lelord, autora do livro Comment gérer les personnalités difficiles (Como gerir as personalidade difíceis) escreve41 que “A maioria dos indivíduos podem se tornar assediadores“.
Podemos separar o indivíduo perverso em dois tipos: aquele que pratica atos de perversidade de forma habitual e aquele que é pontual é ocasional. Estas pessoas têm alguns pensamentos que merecem aqui serem lembrados, pois muitas vezes são exteriorizados.
O perverso é aquele sujeito:
* Que constrói suas próprias leis;
* É hábil, usa sua “inteligência” de forma maliciosa;
* É um hipnotizador que se presenteia com suas seduções;
* É uma pessoa indiferente frente ao sofrimento de outrem;
* Não é aberto a negociação e nem a ouvir;
* Ele nega a existência da outra pessoa como indivíduo, a outra pessoa é somente um objeto de seus desejos;
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* Que não gosta de silêncio;
* Que lhe retirem o poder;
* Que lhe ignorem;
* Que entrem na sua frente para desviar que atinja seus objetivos;
* Gosta de desqualificar as outras pessoas que ele utiliza.
O comportamento frente a ele deve ser o de barrá-lo, mais não adotando uma atitude submissa frente a ele, nem sendo agressivo.
A vítima deve fugir dele.
É importante que sejam feitos exames psicológicos para verificar se esta pessoa é um perverso narcisista.
O perverso ocasional não é um sujeito que se pode dizer perverso como o habitual. Ele somente agirá de forma perversa porque é o representante de pessoa(s) que estão por trás dele que não querem diretamente praticar os atos hostis. Ele acaba sendo o representante dele(s), ou seja, ele executará deliberações tomadas por outros.
Oportuna a lembrança do pensamento dos assediadores:42
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* “Hum..., esse aí está querendo aparecer muito, vou quebrar este entusiasmo! Dou uma série de trabalhos que sabidamente não vai conseguir realizar e ele acaba desmoralizado”;
* Tiro dele as funções nobre e dou somente tarefas rotineiras e sem expressão, e ele acaba se enchendo e pede as contas;
* Se ele estiver presente em uma reunião, nunca lhe dirijo a palavra, nem olho para ele e se ele pedir para falar, digo que vou lhe dar a palavra ao final e encerro a reunião sem ouvi-lo;
* Vou induzir a pessoa a cometer erros por falha ou omissão;
* Nunca vou elogiar um trabalho que ele faça, mas vou criticar mesmo quando não houver motivo;
* Valorizo outros na presença dele e sempre aponto os outros como modelos a serem seguidos;
* Mesmo que haja com a iniciativa e criatividade, critico-o duramente pela quebra de hierarquia e pelo desvio das tarefas rotineiras que teria que cumprir;
* Sempre me imponho de forma truculenta sobre a pessoa, insultando-a na presença de terceiros;
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* Dou espaço e incentivo para que os outros do mesmo nível também criem situações constrangedoras à pessoa visada;
* Boicoto seu trabalho e suas comunicações interrompendo sempre seu trabalho e seus contatos para desestabilizálo;
* Quando perceber que ele está ao telefone com algum amigo ou familiar chego falando alto e insultando-o para fragilizá-lo perante os seus (fico a bisbilhotar sua vida pessoal);
* Mudo o horário de entrar, sair e almoçar com o objetivo de desestabilizar sua vida pessoal e afastá-lo do convívio dos colegas de trabalho, isolando a vítima;
* Estimulo e faço intrigas atribuindo a origem delas a pessoa visada;
* Vou colocá-la na pior mesa de trabalho, com equipamentos de qualidade inferior, e vou dar uma mesa melhor mesmo para empregados mais novos e de nível hierárquico inferior;
* Dou ordens confusas e contraditórias e atribuo o insucesso à falta de discernimento da vítima;
* Quando realizar um trabalho, vou desmerecê-lo e ridicularizá-lo publicamente. “
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O problema da personalidade narcisista revela uma psicopatologia e é diagnosticado com a ajuda de testes ou questionários de personalidade, onde são observados traços como43:
* Um sentido de grandiosidade de sua importância, das suas realizações ou das suas capacidades;
* Um sonho de sucesso ilimitado, de poder ou de esplendor, de beleza, de amor ideal;
* Sentimento de ser especial e único, somente podendo ser compreendido por pessoas excepcionais, não é para qualquer um;
* Uma necessidade excessiva de ser admirado;
* Crê que tudo que acontece é por causa dele;
* Explora outrem nas relações interpessoais para atingir seus objetivos, ou seja, usa as pessoas de forma objetiva;
* Tem falta de empatia junto aos outros;
* A inveja frente a outrem ou crê que outros estão o invejando;
* Comportamentos arrogantes.
Pessoas com essas ou algumas dessas características preferem a rivalidade que a solidariedade. São bastante trabalhadores, pois assim buscam atingir seus objetivos, independente dos meios, o que lhes interessa é o fim. Acredita-se que 1% da população seja assim.
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A pessoa é perfeccionista, preocupada com a ordem e apresenta no mínimo quatro das seguintes características44:
* É preocupado excessivamente com detalhes;
* Seu perfeccionismo atrapalha a finalização das tarefas;
* Um zelo excessivo no trabalho em detrimento dos lazeres e das relações entre amigos;
* Rigidez em matéria de valores éticos e religiosos;
* Incapacidade em separar os objetos usados;
* É reticente em delegar ou a trabalhar em grupo;
* Uma tendência a submeter os outros a seu ponto de vista;
* É avaro ou tem uma preocupação em economizar demais em vista de catástrofes que imagina irão ocorrer;
* Falta de generosidade e ele coloca padrões, tarefas e resultados antes das pessoas.45
A pessoa com personalidade paranóica apresenta traços reveladores como46:
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* Ele desconfia de tudo e de todos, considerando o outro como potencial inimigo que a qualquer momento pode lhe retirar o poder;
* Ele se convence que é o “dono-da-verdade“, possuindo uma falta de consideração imensa pelos outros;
* Se ele se sente ameaçado é um assediador implacável (principalmente no caso de assédio horizontal, entre colegas);
* Orgulhoso, ele é extremamente egocêntrico;
* Impulsivo, ele pode “explodir“ e se mostrar muito violento...
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