Futebol causa danos cerebrais e cognitivos

A longo prazo, impactos na cabeça podem levar a déficit de memória e atenção

Frederico Goulart

frederico.goulart.rpa@oglobo.com.br

Na batida. Danos também podem atingir tempos de reação e concentração

Eliaria Andrade

Os gols de cabeça que fazem a alegria de torcedores têm um significado oposto para a saúde de seus autores. Foi isso o que provou um estudo desenvolvido pela Universidade de Toronto, no Canadá, publicado ontem na revista científica "Brain Injury". Os diversos contatos com o crânio durante um jogo de futebol podem contribuir, a longo prazo, para o declínio cognitivo dos atletas.

Esses danos não são tão severos como os provocados pelo boxe, mas é preciso cuidado. Quem vive da atividade está sob constante risco de sofrer colisões que causam concussões - lesões cerebrais moderadas. Os casos mais graves, por exemplo, são ocasionados pelo contato acidental ou inesperado, como os que são fruto da colisão entre jogadores. Entretanto, é cada vez mais latente a preocupação com consequências comportamentais a longo prazo para quem sofre constantes impactos leves.

A avaliação, feita com base em análises de outras pesquisas sobre o assunto, apontou que jogadores mais antigos apresentavam déficit de memória e percepção, além de resultados ruins em testes de atenção. Também foi constatado prejuízo no pensamento conceitual e nos tempos de reação e concentração. O trabalho foi liderado pelo médico Tom Schweizer, diretor do Programa de Neurociência do Hospital de St. Michael.

Segundo o estudo, em times colegiais americanos, 62,7% dos jogadores...

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