galeria de momentos inesquecíveis

Balés grandiosos, sinfonias raramente executadas no mundo e a participação de bandas de rock como Barão Vermelho e Blitz marcam a trajetória do eventoAs primeiras notas musicais do Projeto Aquarius foram da "Alvorada", da ópera "O escravo", de Carlos Gomes, no dia 30 de abril de 1972, no Parque do Flamengo. Os músicos da Orquestra Sinfônica Brasileira, os cantores da Associação de Canto Coral e o maestro Isaac Karabtchevsky se apresentaram com roupa esporte, dando o tom do projeto, que desde o início procurou tirar a aura de formalidade da música clássica e aproximá-la do povo. No fim do concerto, a multidão de cem mil pessoas entoou animada o Hino da Independência com a orquestra e o coro. O programa teve, ainda, obras de Tchaikovsky, Villa-Lobos e Lorenzo Fernandes.A parceria entre o tecladista Rick Wakeman, da banda inglesa de rock progressivo Yes, e o maestro paulistano Isaac Karabtchevsky mostrou que o Projeto Aquarius prezava pelo ecletismo desde sua origem. Criado apenas três anos antes, o evento apresentou para 25 mil pessoas, no Maracanãzinho, as obras "Mitos e lendas do Rei Artur e dos cavaleiros da Távola Redonda" e "Viagem ao centro da Terra", compostas por Wakeman, em três concertos que uniram a OSB e a banda English Rock Ensemble, durante dois dias. A iluminação com feixes de laser foi uma novidade na época, vista pela primeira vez no Brasil nesse espetáculo, que passou por São Paulo e Porto Alegre antes de chegar ao Rio. Dois monstros infláveis completavam a cenografia. Um dos fãs do inglês era Roberto Carlos, que subiu ao palco para abraçá-lo. "Wakeman soube aproveitar bem os recursos da música clássica", lembra Karabtchevsky.No Maracanãzinho, 15 mil pessoas foram a cada uma das duas sessões de "Eros-Thanatos", uma síntese dos 20 anos da obra do coreógrafo francês Maurice Béjart, dançada pela sua famosa companhia Balé do Século XX, com 70 bailarinos. O espetáculo rendia homenagem a dois integrantes do grupo mortos em acidentes de carro, em 1967 e 1980. O ponto alto era o número final, em que o bailarino Jorge Donn dançava o "Bolero" de Ravel e era envolvido por 24 mulheres. Ele chegou a se irritar com o público carioca e ameaçou parar a performance se continuassem a fotografá-lo com flash. No fim, foi agraciado com 15 minutos de aplausos. Após a segunda sessão, os bailarinos foram jantar na churrascaria Rincão Gaúcho e alguns se arriscaram a dançar samba. A trupe de Béjart já havia se apresentado no Maracanãzinho dois anos antes, também...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT