A Influência da Participação no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) no Desempenho Financeiro das Empresas

AutorJuliana Tatiane Vital - Marília Martins Cavalcanti - Sarita Dalló - Gilberto de Oliveira Moritz - Alexandre Marino Costa
CargoDoutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina.
Páginas11-40
11
Revista de Ciências da Administração • v. 11, n. 24, p. 11-40, maio/ago 2009
A Influência da Participação no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) no Desempenho Financeiro das Empresas
A Influência da Participação no Índice de
Sustentabilidade Empresarial (ISE) no
Desempenho Financeiro das Empresas
Juliana Tatiane Vital1
Marília Martins Cavalcanti2
Sarita Dalló3
Gilberto de Oliveira Moritz4
Alexandre Marino Costa5
Resumo
Este artigo tem como objetivo comparar o desempenho, através de determinados
indicadores financeiros, entre empresas listadas no Guia das 500 maiores e
melhores empresas da Revista Exame que fazem parte do Índice de Sustentabilidade
Empresarial (ISE) e das empresas que não fazem. O principal objetivo do ISE é
constatar o retorno de uma carteira composta por ações de empresas
comprometidas com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial.
Essa pesquisa classifica-se como sendo descritiva e predominantemente qualitativa.
Os indicadores financeiros analisados nessa pesquisa foram: Vendas (em valor e
crescimento), Lucro Líquido, Rentabilidade, Capital Circulante Líquido, Liquidez
Geral, Endividamento Geral, Endividamento de Longo Prazo, EBITDA e
Indicadores de exportação. Após a análise pode-se concluir que as empresas que
participam do ISE possuem maior potencial de vendas e exportação. Empresas
que não fazem parte do ISE apresentam melhor desempenho financeiro.
Palavras-chave: Ecologia. Sustentabilidade. ISE. Desempenho financeiro.
1 Mestranda em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Professora Substituta do Departamento de Ciências da
Administração da UFSC. Endereço: Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio-Econômico, Departamento de Ciências da
Administração, Campus Universitário, Trindade, Florianópolis, SC. CEP: 88040-900. E-mail: julianatvital@yahoo.com.br.
2 Graduanda em Administração pela UFSC. Endereço: Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio-Econômico, Departamento de
Ciências da Administração, Campus Universitário, Trindade, Florianópolis, SC. CEP: 88040-900. E-mail: mariliacavalcanti@ymail.com.
3 Graduada em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina. Endereço: Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio-
Econômico, Departamento de Ciências da Administração, Campus Universitário, Trindade, Florianópolis, SC. CEP: 88040-900. E-mail:
sa_dallo@yahoo.com.br.
4 Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professor Titular do Departamento de Ciências da
Administração da UFSC. Endereço: Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio-Econômico, Departamento de Ciências da
Administração, Campus Universitário, Trindade, Florianópolis, SC. CEP: 88040-900. E-mail: gomoritz@cse.ufsc.br.
5 Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professor Adjunto do Departamento de Ciências da
Administração da Universidade UFSC. Endereço: Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio-Econômico, Departamento de
Ciências da Administração, Campus Universitário, Trindade, Florianópolis, SC. CEP: 88040-900. E-mail: marino@cse.ufsc.br. Artigo recebido
em: 24/03/2009. Aceito em: 17/05/2009. Membro do Corpo Editorial Científico responsável pelo processo editorial: Emerson Antônio Maccari.
12 Revista de Ciências da Administração • v. 11, n. 24, p. 11-40, maio/ago 2009
Juliana Tatiane Vital • Marília Martins Cavalcanti • Sarita Dalló • Gilberto de Oliveira Moritz • Alexandre Marino Costa
1 Introdução
O aumento da consciência ambiental toma dimensões cada vez maio-
res, levando empresas e consumidores a refletirem sobre o papel das organi-
zações no controle do uso desenfreado dos bens naturais, em vista de pro-
porcionar a sustentabilidade ambiental e, consequentemente, organizacional.
Nesse sentido, forma-se uma nova geração de consumidores, mais exigentes
quanto aos processos desenvolvidos pelos fornecedores dos bens consumidos.
No intuito de conquistar maior espaço, Donaire (1994, p. 69) afirma
que “as empresas passam a se preocupar com a questão ambiental e procu-
ram desenvolver atividades no sentido de atender a essa nova crescente de-
manda de seu ambiente externo”.
Por outro lado, os investidores também começaram a buscar empresas
socialmente responsáveis, sustentáveis e rentáveis para aplicar seus recur-
sos, pois considera-se que uma empresa sustentável pode gerar um valor
maior no longo prazo, por ser mais preparada para enfrentar riscos econômi-
cos e socioambientais (BOVESPA, 2009).
Para atender esse nicho de investidores e criar um ambiente de investi-
mento compatível com a demanda pelo Desenvolvimento Sustentável, a
BOVESPA, juntamente com outras instituições, criou um índice de ações que
é referência para investidores socialmente responsáveis, o Índice de
Sustentabilidade Empresarial (ISE).
Esse índice objetiva destacar as empresas comprometidas com esse ide-
al, e diferenciá-las para investidores com preocupações outras que não so-
mente o retorno financeiro de curto prazo. A seleção das empresas que for-
mam tal índice é baseada no conceito de sustentabilidade e, portanto, são
selecionadas as empresas que se destacam por adotar estratégias e ter práti-
cas que promovam o desenvolvimento sustentável.
Nesse contexto, o presente artigo tem como objetivo realizar uma com-
paração de desempenho, através de indicadores financeiros, entre as empre-
sas que fazem parte do Índice de Sustentabilidade Empresarial e das empre-
sas que não fazem, a fim de verificar se a adoção de práticas sustentáveis
gera valor.

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