'o vôlei do brasil não se surpreendeu com esse escândalo'

Pedro Motta Gueirospedromg@oglobo.com.brMão na consciência. Bebeto reconhece que se tornou incompatível quando a CBV optou por faturar com a seleção: "Ainda vivemos anos de chumbo"Gustavo MirandaAo criticar a distribuição dos recursos do vôlei brasileiro, Bebeto de Freitas disse, em entrevista ao GLOBO, em 1997, que a agência Sportsmedia ficava com "um percentual absurdo", em torno de 40%, dos contratos da CBV. Quase duas décadas depois, reportagem da ESPN Brasil apresentou contratos em que outras duas empresas, criadas por ex-funcionários da entidade, receberam R$ 10 milhões, cada, pela venda venda de publicidade, embora o Banco do Brasil, maior patrocinador da confederação, tenha informado que a negociação foi celebrada sem intermediários.Atual presidente da Federação Internacional, Ary Graça renunciou na semana passada ao cargo máximo da CBV, do qual estava licenciado. Seu antecessor, Carlos Nuzman, é o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Fora do vôlei nacional desde que atirou no que viu e acertou no que não viu, Bebeto usa a experiência passada e a incompatibilidade com Nuzman e Graça para olhar o futuro com ceticismo. Desde que conheceu os atuais dirigentes de calça curta, todos companheiros do time de vôlei do Botafogo, o ex-presidente do alvinegro e técnico vice-campeão olímpico pelo Brasil em 1984 e campeão mundial pela Itália, em 1998, vê com temor o modelo, que considera elitista e autoritário, expandir-se por todo esporte brasileiro.Desde sua entrevista em 1997, o contrato com o Banco do Brasil virou alvo de investigação do TCU, que se declarou impedido de fiscalizar a CBV. Isso quer dizer que tudo continuou igual?Nunca falei de contrato com o Banco do Brasil. Minhas críticas eram em cima dos problemas dos clubes e do vôlei no Brasil. Continua a mesma coisa, a seleção com as condições ideais para trabalho e o voleibol praticado no Brasil insignificante. Comparo o vôlei como um ovo maravilhoso, branco, grande, mas não tente abri-lo. Fora de campo nós continuamos o mesmo horror, a mesma ditadura que havia na minha época.Você foi banido ou se auto exilou da vida esportiva?As duas coisas. Saí da seleção porque não tinha mais condição de trabalhar com o Nuzman. Depois de ganhar tudo no Maxicono, da Itália, voltei para o Olympicus e tive outro problema com a CBV. Como o nosso projeto tinha atingindo todas as metas, dei a ideia de que a empresa deveria patrocinar a seleção. Fecharam o acordo e me disseram que eu não podia fazer críticas à...

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