O Maraca é deles

Operários que trabalham na reconstrução são convidados para evento-teste, dia 27, e formarão a primeira torcida do novo estádio. Quatro deles nunca assistiram a um jogo aliGian Amatogian.amato@oglobo.com.brEm campo. Os operários que trabalham na reforma do estadio do Maracanã Eduardo Crisóstomo, Miguel Moreira Ferreira, Leci Fernandes, Tábata Eudoxia e Júlio Cesar da Silva caminham no gramado do estádio: expectativa para reaberturaIvo GonzalezDas mãos à obra aos aplausos. Para fazer o Maracanã voltar a ser um mar de gente, 21 mil operários trocarão de roupa e de lugar no próximo sábado, às 19h, na reabertura parcial com o jogo-teste entre amigos de Ronaldo e amigos de Bebeto. Do canteiro sujo para as recém-instaladas cadeiras à beira do gramado, onde ficava a geral, apenas poucos passos são necessários, mas eles representam um salto imenso para quatro trabalhadores estreantes em partidas no estádio, e um rubro-negro que só viu seu time jogar duas vezes. Por um dia, o Maraca será deles.No passado, o Maracanã seria capaz de abrigar os 100 mil funcionários que ao longo desses dois anos e oito meses de reforma entraram e saíram do campo de obras. A capacidade pode ter sido reduzida para 78 mil pessoas, mas a emoção ainda será grande para cerca de 25 mil privilegiados que pisarão no novo estádio pela primeira vez. Pintadas com as cores do Brasil, a tonalidade das novas cadeiras começa pelo alto, no azul, até chegar à beira do gramado com o amarelo que representa o ouro. Ali, serão localizados os setores com os preços mais caros, mas que serão um presente para uma parte dos 21 mil operários. O restante do público será composto por imprensa de todo o mundo (cerca de mil pessoas) e convidados dos governos estadual, municipal e federal. Quando avistar a presidente Dilma Rousseff em um camarote, a apontadora Tábata Eudoxia diz que se sentirá quase tão importante quanto ela.- Somos a prova que as mulheres podem vencer em um universo masculino. Minha mãe já trabalhava aqui na obra e foi ela quem abriu as portas do Maracanã para mim - diz Tábata.Ao fim do imenso túnel aberto no acesso Norte, que não existia, e é uma exigência da Fifa para a saída de emergência do público em até oito minutos, é possível ver o Maracanã voltar a ser grande. Depois da escuridão, as luzes dos telões e dos refletores dão um brilho ao novo estádio. Por dentro, em nada lembra o velho Maracanã. A não ser pelo vento do fim da tarde de outono e do barulho da torcida que ficou no imaginário da...

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