Câmbio como arma protecionista

BRASÍLIAA invasão chinesa nos mercados de todo o planeta e a difi culdade do mundo desenvol vido de se reerguer depois da crise dispararam uma guerra cambial que abre caminho para uma nova onda de protecionismo global, alertam go vernos e especialistas. O "derretimen to" do dólar por toda parte acendeu a luz vermelha em vários países e alçou os Estados Unidos, com endosso de seu Congresso, ao comando da batalha contra a China, que insiste em manter sua moeda, o yuan, desvalorizada ar tificialmente, tornando suas mercado rias simplesmente imbatíveis. Aos pou cos, os americanos vêm ganhando apoio do Japão e da União Europeia (UE) na ofensiva.Na semana passada, o euro bateu o oitavo mês consecutivo de alta contra o dólar. Levantamento feito pela Austin Rating a pedido do GLO BO indica que, dos 130 países ana lisados, 52 tiveram suas moedas valorizadas em relação ao dólar des de setembro de 2009 até agora.- Certamente existe um risco de alguns países, como o meu, se abor recerem com outras nações, como a China, no que diz respeito a políticas cambiais, usando sanções comerciais para pressioná-los e, assim, perturbar o comércio internacional - disse o eco nomista e professor da Universidade da Califórnia Barry Eichengrenn, lem brando que, por enquanto, os sinais mais fortes vêm da China e dos EUA.Com mercados internos desaque cidos, todos querem garantir compe titividade a seus produtos no exterior, o que se tornou um trabalho difícil de vido à ação do governo chinês. A principal arma até agora no arsenal das nações ricas é a desvalorização de suas moedas ou uma política de juros vir tualmente zero - o que espanta capital e faz a moeda local perder valor. Mas barreiras comerciais começam a ser ensaiadas, uma vez que a artilharia até agora se mostra inócua.EUA já falam em retaliar chinesesNo Japão, nem mesmo cortar os juros a zero ou intervir no mercado de câmbio com 2,2 trilhões de ienes (US$ 26 bilhões) foi suficiente para conter a cotação recorde dos últimos 15 anos da moeda local. Por isso, surgiram os primeiros sinais de que a guerra já afeta o comércio internacional. Os europeus já orientam seus empresá rios sobre como se defender de fu turas acusações de protecionismo.Num passo ainda mais ousado, os Estados Unidos já falam concretamen te em retaliação comercial. A Câmara americana acaba de aprovar uma lei permitindo que o governo aplique uma sobretaxa sobre a entrada de produtos chineses, sob o argumento de que...

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