A missão latino-americana do Papa

A América Latina tem 42% dos católicos do mundo e grande número de pobres ainda não resgatados pela atuação dos líderes dos diversos países. Essa massa se tornou campo fértil para políticos populistas que garantem sua permanência no poder com manobras antidemocráticas e forte assistencialismo. É o caso do chavismo, na Venezuela (e de seus discípulos em Bolívia, Equador, Nicarágua), e do kirchnerismo, na Argentina. Ao revalorizar a atuação da Igreja junto aos pobres, o Papa - ainda que tenha em mente mais a atuação pastoral e espiritual - torna-se uma preocupação para esses governos. As multidões que seguiram o funeral de Chávez e os peronistas que batem bumbos por Cristina Kirchner são, em grande parte, formados por católicos. Na Venezuela e na Argentina, mais de 90% da população se dizem católicos.Os argentinos conhecem a atuação do cardeal arcebispo Jorge Bergoglio, visitante frequente das "vilas miséria" (favelas) na periferia de Buenos Aires, para levar ajuda à população marginalizada. Conhece-a também o governo. Bergoglio tem sido um crítico contumaz dos descaminhos kirchneristas, e o ex-presidente Néstor Kirchner já o chamou de "líder da oposição". Cristina adota uma mise-en-scène de reaproximação com o Pontífice, mas a Casa...

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