Interdependência amansa rivalidade

China. País, que também elege novos líderes nos próximos dias, desconfia de discurso duro de Romney, mas acredita que, mesmo em caso de vitória republicana, relações serão pouco afetadasGilberto Scofieldgils@oglobo.com.brJuntos. Chineses hasteiam bandeiras dos dois países durante visita do futuro presidente Xi Jinping aos EUAO mundo de olhoSÃO PAULO Escolhida tanto pelo candidato democrata Barack Obama quanto pelo republicano Mitt Romney como o grande motivo de preocupação externa dos EUA depois do fundamentalismo islâmico, a China foi um saco de pancadas durante toda a campanha eleitoral americana. O país foi culpado pelo encolhimento dos empregos, pela perda de influência dos EUA na Ásia, pelos prejuízos da indústria com a pirataria e pelos ataques cibernéticos ao Pentágono. Até a conveniência de um candidato à Presidência ter investimentos pessoais em empresas chinesas foi discutida pelos americanos. Nada disso chega a ser novidade para a China desde que o país inciou sua trajetória emergente de um falido país comunista, no início da década de 80, para a segunda maior economia do planeta hoje.Mas o fato é que, à medida em que a China vai ficando mais rica e mais influente, a relação entre as duas maiores economias do planeta se torna mais tensa, com brigas cada vez mais frequentes sobre manipulação do câmbio, a presença militar americana na Ásia, os desrespeitos aos direitos humanos na China e práticas desleais de comércio. Pior: prever o futuro dessa convivência ficou ainda mais difícil este ano, quando a troca de comando nos EUA ocorre ao mesmo tempo em que muda o poder na cúpula do Partido Comunista da China (PCC), cujo 18º Congresso acontece a partir do próximo dia 8.Na ocasião, serão eleitos os cerca de 350 membros do poderoso Comitê Central do PCC, dos quais 25 vão integrar o Escritório Político (Politburo), o grupo que efetivamente exerce o poder na China. Sete dos nove integrantes do Comitê Permanente do Politburo terão que dar lugar a uma nova geração de dirigentes que, pela primeira vez na História, chegará ao poder numa China mais urbana que rural. Por conta desse processo de urbanização acelerada, terá que lidar com inéditos desafios, como o fortalecimento de um mercado doméstico de consumo, a criação de um sistema universal de Previdência, a aceleração das reformas econômicas e a redução nas diferenças entre pobres e ricos.- Apesar da retórica agressiva que estamos vendo na campanha americana com relação à China, nunca os dois países...

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