Música negra e senzala

Jongo resgata a cultura do período da escravidão no Norte FluminenseMemória. Marta coordena a pesquisa histórica da MachadinhaPé no chão. Grupo de capoeiristas arma a roda durante os festejos da aboliçãoRaízes. Jovens da Machadinha apresentam o jongo em frente às antigas senzalasO toque do atabaque volta a romper as cercanias da Fazenda Machadinha, em Quissamã. Com as palmas das mãos, aos poucos, moradores e visitantes vão se reunindo ao redor da fogueira. É ao som do jongo que, 125 anos depois da abolição da escravatura, a cultura negra se fortalece e vira símbolo de identidade para mais de 200 descendentes de escravos que até hoje habitam o local que foi residência do segundo barão e visconde de Ururaí e sua mulher, Ana do Loreto, filha do Duque de Caxias.Apesar de estarem na oitava geração, os descendentes de escravos da Fazenda Machadinha conservam parte da cultura africana, tanto na dança como na religião - que hoje concorre com as pentecostais - e na gastronomia.- O jongo é uma identidade fundamental de nossa história. Ele estava praticamente perdido quando na metade da década passada recebemos incentivos municipais para sua preservação, que veio acompanhada da restauração da Machadinha - explica a historiadora Marta Medeiros, que há dez anos estuda a cultura quilombola no Norte Fluminense.Em 2007, o poder público revitalizou as 47 senzalas em que hoje vivem os descendentes do povo banto, que foi trazido ao Brasil no século XIX para trabalhar na indústria canavieira. A comunidade também...

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