Poço sem fundo

Consumo de água por habitante no estado supera em 46,2% a média do paísEmanuel Alencaremanuel.alencar@oglobo.com.brSelma Schmidtselma@oglobo.com.brRio de sujeira. José de Santana, que vive na Rocinha há 30 anos, observa o valão que corre em frente à sua casa: IBGE mostra que 44% dos moradores de favelas não contam com rede de esgoto ou com galeria de águas pluviaisCustódio CoimbraPROBLEMAS EM REDENa contramão da prudência necessária em tempos de ameaça de escassez, o consumo médio de água por habitante no Estado do Rio está 46,2% acima da média do país. Além disso, supera, com folga, os índices dos outros estados do Sudeste. Em relatório que analisa números de 2011, o Ministério das Cidades ressalta que os dados do Rio são fortemente influenciados pela Cedae: a média de consumo por cliente é de 258 litros por dia. Por causa disso, a média no estado é de 237,8 litros por habitante/dia, enquanto a nacional é de 162,6.Para especialistas, essa insustentabilidade no consumo cotidiano do Rio está ligada aos baixos índices de medição no estado, às perdas da empresa e à falta de hidrômetros individuais.O descontrole no consumo é tema da quarta reportagem da série "Os descaminhos no saneamento do Rio". Para o engenheiro sanitarista José Stelberto, diretor do Clube de Engenharia, o histórico de desperdício e vazamentos no sistema fluminense acaba por fazer com que muitos clientes da Cedae paguem faturas baseada em "chutômetros":- A Cedae sempre se caracterizou pelo alto índice de perdas na distribuição. E nunca houve um grande plano de controle de perdas. Na Baixada e em outras áreas da periferia, a empresa exige dos projetos habitacionais a estimativa de...

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