Redes permitiram agendas fora da política tradicional

Enfraquecimento e cooptação de entidades pelo governo é outro fator que explicaria o fenômenoO enfraquecimento dos caminhos tradicionais de diálogo entre o poder público e a sociedade civil organizada é apontada por especialistas como um dos fatores para o fortalecimento das rede sociais como canal de mobilização e manifestação da sociedade. Entre os novos movimentos sociais, o sentimento é que as redes possibilitaram o levantamento de pautas fora da agenda política tradicional.- A fragmentação dos atos é a segunda fase desse processo de manifestação onde a bandeira única que os unia já foi, em parte, alcançada. O que vemos são as minorias tentando se apropriar da mobilização social para colocar em evidência sua pauta de reivindicações - explica o cientista político e pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Sandro Corrêa.Para o cientista político e pesquisador da Universidade Federal de Brasília (UnB), Leonardo Barreto, o enfraquecimento das tradicionais entidades de organização social como os movimentos sindicais e Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), alinhados nos últimos dez anos com o governo, obrigou a criação de novos canais de diálogos:- A cooptação política de canais tradicionais das minorias, como sindicatos e movimentos sociais, fez com que as redes sociais virassem o canal de revindicação dessas minorias. O que se percebe agora é o aparecimento das pautas...