Risco para as grávidas

Antônio Braga, Marcelo Burlá e Raphael Câmara Medeiros ParenteOfenômeno das cesarianas não é exclusivo ao Brasil. Jorge de Rezende, criador da cesariana moderna em nosso país, já dizia: "A incidência da cesariana aumenta, por vezes estaciona, jamais diminui." Não há mais país desenvolvido que siga o limite utópico e caduco da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 1985, que indica o procedimento em 15% dos partos.Defendemos a escolha da via de parto pela mulher, após corretamente informada, e o respeito por parte do obstetra a essa decisão. O parto vaginal tem suas vantagens, assim como a cesariana.A cirurgia apresenta menores taxas de distopias pélvicas, incontinência urinária pós-parto e mortalidade neonatal nas apresentações pélvicas. Não temos evidências de que uma via seja melhor que a outra em parto de baixo risco. Quem fala o contrário mente ou está desinformado.Devemos, sim, criticar médicos que optam pela cesariana sem indicação ou desejo da paciente. Mas o que vemos diariamente em maternidades públicas e privadas é que elas preferem a cesariana. Embora a crítica aos números do sistema privado seja recorrente, seus índices de mortalidades materna e neonatal são menores do que no público.A Coreia do Sul, com taxa de cesarianas similares às do Brasil, tem uma das mais baixas mortalidades maternas do mundo, 20 vezes inferior à daqui.Retirar o médico do cenário do parto pode refletir apenas o conflito...

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