RUSSLYNN ALI: 'O abismo representa anos de aprendizado ruim; isso é uma questão demográfica e econômica'

Qual o maior desafio nos Estados Unidos, hoje, em relação aos direitos civis na educação?RUSSLYNN ALI: O país está experimentando agora uma mudança demográfica muito grande. A previsão é que, por volta de 2023, a maioria dos estudantes em escolas públicas seja negra ou hispânica. Em 2050, eles serão a maior parte dos adultos. Quando você observa a diferença de aprendizado entre esses grupos e os brancos, constata que é imensa. Pelo menos um estudo já revelou que o nível de conhecimento em leitura e matemática de negros e hispânicos, no fim do ensino médio, é igual ao de brancos no fim do ensino fundamental. Esse abismo representa anos de aprendizado ruim. Isso não é mais só uma questão moral. É uma questão demográfica e econômica. Se não acabarmos com essa diferença, devemos nos preocupar com nosso lugar na economia mundial.Há alguma preocupação em particular nessa área?RUSSLYNN: Não há um problema particular quando falamos de direitos civis na educação. Trata-se de garantir a todos os estudantes o acesso às mesmas oportunidades, a bons professores, a todas as coisas que as pesquisas indicam como importantes para a educação pública. Se vamos acabar com essa diferença de aprendizado nos Estados Unidos, precisamos garantir que negros, hispânicos e pobres tenham o mesmo resultado dos brancos e ricos. É claro que precisamos acelerar o processo de quem ficou para trás. Mas também precisamos garantir que estamos ajudando todos os nossos estudantes a aprender mais, de forma que sejam capazes de fazer mais, para que entrem na universidade preparados e, depois, cheguem ao mercado com as habilidades necessárias.Como avalia o problema do bullying nos Estados Unidos?RUSSLYNN: Os estudantes vítimas de bullying se sentem inseguros e, por isso, não conseguem aprender. Nossas leis contra a discriminação, relacionadas a esse tema, garantem que os adultos têm responsabilidade. Eles têm a obrigação de deter, repreender e evitar que aconteça novamente, sempre que a prática de bullying torne o ambiente ameaçador para a vítima. Na nossa administração, trabalhamos para dar todo o suporte às instituições de ensino, de forma que elas possam entender o problema e agir. É preciso mudar a cultura desses lugares, que, muitas vezes, dá origem ao bullying. Ano passado, demos muita atenção aos suicídios juvenis, que ocorreram porque os estudantes eram vítimas. Queremos garantir que isso não...

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