Segurança só de fantasia

Entre 25 escolas de samba, apenas cinco cumprem legislação de prevenção de incêndiosLuiz Ernesto Magalhãesluiz.magalhaes@oglobo.com.brVerde e rosa. Sede da Mangueira: a direção da escola de samba garante que já fez as obras necessárias, mas que aguarda uma nova inspeção para receber a autorização definitivaQuadra do Salgueiro. Ensaios continuam, mas há pendências com os bombeirosCaprichosos. Sob viaduto, quadra está interditada, mas ensaios acontecem normalmenteFotos de Gustavo StephanA pouco mais de um mês do carnaval, as quadras das escolas de samba bombam. Mas o ritmo contagiante das baterias e o gingado dos passistas atravessam no quesito segurança, justamente às vésperas de a tragédia da boate Kiss, em Santa Maria (RS) - onde um incêndio, em 27 de janeiro, matou 242 pessoas - completar um ano. Levantamento feito pelo Corpo de Bombeiros, a pedido do GLOBO, revela que, entre 25 escolas dos grupos Especial e de Acesso que desfilam no Sambódromo, apenas cinco dispõem de espaços para ensaios que atendem a todas as determinações da legislação para prevenção de incêndios e pânico: União da Ilha, Unidos de Vila Isabel, Mocidade Independente, Acadêmicos da Rocinha e Unidos de Padre Miguel. Outras 20 agremiações têm exigências a cumprir - como construir saídas de emergência, instalar extintores e sinalização - ou sequer apresentaram projetos de segurança. Nessa lista está a quadra da Caprichosos de Pilares, onde a situação vai além: há sete meses, bombeiros interditaram o espaço, que funciona debaixo de um viaduto, por falta de segurança. Mesmo assim, a escola tem feito ensaios.Numa estimativa conservadora, pelas quadras sem a licença definitiva dos bombeiros passam pelo menos 30 mil pessoas por semana, em ensaios abertos ao público ou exclusivos para os componentes. Na lista de escolas sem o documento definitivo estão agremiações tradicionais, como Mangueira, Unidos da Tijuca, Salgueiro e Beija-Flor, ao lado de escolas de menor receita, como Alegria da Zona Sul e Renascer de Jacarepaguá, por exemplo. Em alguns casos, os diretores alegam já ter investido em segurança e atendido a todas as exigências. O problema estaria na demora dos bombeiros de retornarem às quadras para nova vistoria, último passo para a emissão do documento. Outros dirigentes reclamam da falta de recursos para completar as obras.A partir da consulta do GLOBO, bombeiros resolveram visitar todos os espaços sem a documentação definitiva nos próximos dias. Para o diretor-geral de serviços...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT